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Vídeo de passageiro ofusca visita de CEO da Lufthansa a local de queda na França

Um vídeo que mostra os segundos finais do voo da companhia aérea Germanwings que foi derrubado na França na semana passada foi descoberto entre os destroços poucas horas antes de executivos no local do acidente evitarem responder perguntas sobre a saúde mental do copiloto.

O vídeo foi encontrado no telemóvel de um dos passageiros mortos no avião, que investigadores afirmam que o co-piloto alemão Andreas Lubitz lançou propositadamente contra uma montanha nos Alpes Franceses, relatou o jornal alemão Bild.

As cenas do vídeo são caóticas e trêmulas, segundo o Bild, que acrescentou ser possível ouvir gritos e exclamações de “Meu Deus”, o que indica que os passageiros sabiam o que estava a acontecer.

O promotor Brice Robin, encarregado do caso na França, disse que os telemóveis recolhidos nos destroços ainda têm que ser analisados e que estão a ser mantidos no local. Não foi possível obter comentários de imediato do Escritório de Investigação e Análise para a Segurança da Aviação Civil da França (BEA, na sigla em francês).

No vídeo, que o jornal Bild descreveu como sendo “indiscutivelmente autêntico”, é possível ouvir golpes de metal pelo menos três vezes, possivelmente o som do piloto que foi trancado do lado de fora da cabine por Lubitz tentando arrombar a porta. Perto do final acontece um tremor forte e o avião oscila intensamente para um lado. Depois de mais gritos, o vídeo termina, afirmou o diário. A filmagem parece ter sido feita perto da cauda da aeronave, mas não é possível identificar nenhum indivíduo, segundo o Bild.

A revista francesa Paris Match também publicou uma reportagem sobre o vídeo e um relato de uma conversa entre os dois pilotos, de acordo com um “investigador especial”. Quando o capitão saiu da cabine para ir a casa de banho, disse a Lubitz que ele ficaria no comando. “Assim espero”, respondeu Lubitz, de acordo com a revista. Mais tarde, o capitão implorou para Lubitz deixá-lo entrar.

Na terça-feira, a Lufthansa, grupo ao qual a Germanwings pertence, declarou que em 2009 Lubitz contou a funcionários da escola de treino da empresa que passou por um período de depressão profunda, o que desperta dúvidas sobre o processo de seleção de pilotos da empresa. Promotores declararam que Lubitz sofria de “tendências suicidas” antes de obter o seu brevê de piloto.

A Lufthansa enfrentará ações legais dos parentes das vítimas. O diretor-executivo da companhia, Carsten Spohr, visitou o local do acidente nesta quarta-feira e recusou-se a responder a uma saraivada de perguntas a respeito do que a companhia sabia sobre o estado mental de Lubitz.

O co-piloto, que teve permissão para retomar seu treinamento depois de ser aprovado novamente em exames médicos e de adequação, tinha uma observação na sua licença médica indicando algum tipo de doença, afirmou uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters.

Mas em respeito às leis alemãs sobre o sigilo entre médicos e pacientes, a Lufthansa, como empregadora, não pode pedir informações sobre a condição de saúde de seus empregados. Em comunicado por escrito, Spohr declarou que ainda não está claro o que motivou as ações de Lubitz.

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