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Livro de Reclamação: de condutor de camião de carga pela saúde debilitada em consequência de um acidente

Saudações, Jornal @Verdade. Chamo-me João Matsinhe. Durante alguns anos fui condutor de um camião de carga pertencente ao senhor Leonardo Afonso, para quem eu trabalhava. Gostaria, através do vosso meio de comunicação, de expor uma inquietação relacionada com a minha vida precária e saúde debilitada em consequência de um acidente de viação.

Eu transportava mercadorias da cidade de Maputo para Vilanculos, na província de Inhambane. Em 2011 envolvi-me num sinistro rodoviário grave e fiquei sem poder exercer as actividades que garantiam a minha sobrevivência e a dos meus dependentes. O que me preocupa é o facto de o meu patrão não estar, aparentemente, interessado em assumir as despesas do meu tratamento nem me pretende compensar pelas lesões que contraí na altura em que eu era seu empregado, apesar de haver um contrato de trabalho que estabelece que ele se devia responsabilizar pelos traumatismos resultantes de algum acidente que ocorresse.

De assistência médica e medicamentosa a que tenho direito, à luz do acordo que celebrámos, só beneficiei durante a semana em que fiquei hospitalizado. Depois da alta a compra de fármacos ficou por minha conta. Não tenho o subsídio de invalidez previsto no contrato de trabalho e desde que contraí o acidente de viação não pude voltar a realizar as tarefas que asseguravam a minha sobrevivência.

O patrão garantiu que iria pagar, mensalmente, metade do salário que eu auferia, porém, há anos que as suas promessas não passam de letra-morta. A determinado momento, quis recorrer às instituições de trabalho e aos tribunais para lutar pelos meus direitos mas o meu empregador pediu para que não envolvêssemos outras pessoas no caso, alegadamente porque este seria resolvido de uma forma amigável.

Passam sensivelmente três anos e o problema prevalece sem desfecho. De há tempo para cá, o meu patrão não atende as minhas chamadas telefónicas e quando me dirijo à casa dele sou mal atendido. Ele e sua a família tratam-me como se eu fosse um mendigo à procura de esmola. Gostaria, também, de pedir ajuda às instituições competentes para que os meus direitos sejam salvaguardados, uma vez que a pessoa para quem trabalhei não dá a devida atenção aos meus problemas.

Resposta

Sobre este caso, o @Verdade contactou o patrão do lesado, identificado pelo nome de Leonardo Afonso. Este negou algumas acusações que pesam sobre si e explicou que pagou os medicamentos prescritos pelos médicos ao seu trabalhador na altura em que eram necessários. Num outro desenvolvimento, o nosso interlocutor acusou João Matsinhe de ser ganancioso e de pretender recorrer à sua saúde debilitada para fazer chantagem e extorquir mais dinheiro.

Leonardo Afonso alegou que sempre acarinhou os seus trabalhadores, incluindo João Matsinhe, principalmente neste momento de enfermidade. Segundo o nosso entrevistado, a única dívida que persiste entre as partes diz respeito à indemnização pelo tempo de trabalho do ofendido, sobretudo porque devido ao acidente de viação em que João Matsinhe se envolveu, ele não pode voltar a conduzir. Sem avançar datas, Leonardo Afonso promete pagar, brevemente, o valor da compensação mas pede para que o seu empregado não seja intransigente.

“Eu peço paciência e calma por parte dele (João Matsinhe), dinheiro não aparece ao acaso. É preciso um trabalho árduo e estou a fazer isso para honrar o meu compromisso”, concluiu Leonardo.

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