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Mundial de Futebol – Um longo histórico de surpresas

Nos dias que antecedem a Copa do Mundo da FIFA, basta prestar atenção para perceber que todos falam de seleções como Brasil, Espanha e Holanda e astros como Messi, Kaká e Cristiano Ronaldo. Além disso, alguns selecionados já pensam em quem enfrentarão nas oitavas de final, e há palpites também sobre o futuro campeão. Mas na África do Sul, como em todos os Mundiais anteriores, obviamente haverá surpresas. Ou por acaso alguém imaginava que o Uruguai silenciaria o Maracanã na vitória sobre o Brasil na final de 1950?

Outro resultado que causou incredulidade foi a derrota da seleção inglesa para os Estados Unidos naquele mesmo Mundial, em jogo disputado em Belo Horizonte. O norte-americano Joseph Gaetjens fez o único golo de uma partida para a qual chegaram a atribuir 11 golos. Vários jornais do mundo não acreditaram na vitória dos EUA e acharam que o resultado de 1 a 0 era um erro. Logo, publicaram que o confronto tinha terminado em 10 a 1 para os ingleses. Até o New York Times recusou-se a publicar o placar, temendo que não passava de uma brincadeira.

A seleção inglesa demorou 16 anos para se recuperar, ganhando o título em casa em 1966. Na Copa do Mundo da FIFA disputada na Inglaterra, contudo, também haveria imprevistos. A Coreia do Norte, no seu primeiro e único Mundial até agora, eliminou a Itália e passou da fase de grupos. Nas quartas de final, o selecionado asiático enfrentou Portugal e conseguiu dominar boa parte do primeiro tempo. O marcador apontava incríveis 3 a 0 para os norte-coreanos até que Eusébio mudou o rumo do jogo e fez quatro golos na vitória lusitana por 5 a 3.

Anos depois, no Mundial da Espanha, em 1982, a Argélia foi a encarregada de causar a surpresa. A seleção derrotou a Alemanha Ocidental, então campeã europeia, por 2 a 1, tornando-se a primeira equipe africana a bater um selecionado europeu em edições da Copa do Mundo da FIFA. “Se perdermos esta partida, atiro-me no Mediterrâneo”, disse antes do jogo o então técnico alemão, Jupp Derwall. Será que ele cumpriu a palavra?

No Mundial seguinte, a mesma Alemanha Ocidental participaria de outra surpresa. Na final, que terminou com título para a Argentina, o então desconhecido José Luis Brown abriu o placar para a seleção sul-americana, fazendo o seu único golo com a camisa azul e branca em 36 jogos disputados. Em 1990, seria a vez da anfitriã Itália, com o atacante Salvatore Schillaci. “Totó” começou no banco em duas das três partidas da fase de grupos, mas acabou como artilheiro da competição.

Algo parecido ocorreu com o inesquecível Roger Milla. Aos 38 anos, ele não foi titular em nenhuma das partidas que levaram Camarões às quartas de final. Mesmo assim, surpreendeu com golos e uma inovadora forma de comemorar, dançando com a bandeira de canto.

Um dos jogadores que ficaram famosos na Copa do Mundo da FIFA EUA 1994 foi o guarda-redes sueco Thomas Ravelli. Para perplexidade de muitos, a Suécia foi a terceira colocada do Mundial, muito devido às defesas do arqueiro, que segurou dois pênaltis na disputa das quartas de final contra a Romênia.

Mas, se fosse feita uma classificação das surpresas, poucos Mundiais seriam comparáveis ao de 2002, disputado na Coreia do Sul e no Japão. A então favorita Argentina não passou da fase de grupos, enquanto a campeã França, além de não ter chegado às oitavas de final, deixou o torneio sem marcar um golo sequer, mesmo contando com os artilheiros do Campeonato Inglês, do Italiano e do Francês (Henry, Trezeguet e Cissé, respectivamente). Além disso, a Coreia do Sul eliminou nas oitavas de final a poderosa Itália e fez o mesmo com a Espanha nas quartas.

O protagonista de boa parte daquela campanha, que também marcou o início da decadência do atleta, foi Ahn Jung Hwan. O sul-coreano foi um dos quatro jogadores na história da Copa do Mundo da FIFA a fazer um golo de ouro, regra que foi abolida após aquele Mundial. O golo contra a Itália ocorreu no momento em que o jogador defendia o Perugia, o que acabou com a passagem do atleta pelo clube. “Não posso pagar o salário de um homem que arruinou o futebol italiano”, disse o então presidente do clube, Luciano Gaucci.

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