Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Maputo com escassez de refrigerantes

A capital moçambicana, Maputo, e outros mercados do país, estão a verificar uma relativa escassez de refrigerantes, sobretudo nos últimos dias em que a procura destes bens aumentou devido a aproximação da quadra festiva.

Os produtos da Coca-Cola Sabco Sarl (CCS) são os mais escassos no mercado nacional, sobretudo em Maputo, onde a AIM percorreu, hoje, alguns depósitos de venda de refrigerantes. Os produtos desta marca são os mais consumidos em Moçambique, onde a empresa CCS local possui uma vasta rede de distribuidores e postos de venda.

Com efeito, nos últimos dias, diversas pessoas percorrem longas distâncias, em viaturas, veículos de tracção manual ou mesmo a pé, procurando produtos da CCS, componente quase que indispensável para a passagem das festas de Natal e de Fim-de-Ano. Contudo, amiúde, essas pessoas regressam as suas residências de mãos a abanar porque a Coca-Cola não existe nos depósitos de venda (com excepção das garrafas de um litro, que existem em alguns postos de venda). Ou então são obrigadas a recorrer a outras marcas alternativas, que por acaso são tantas, mas ainda com poucos consumidores regulares.

A AIM constatou essa falta de refrigerantes da CCS em diversos bairros da cidade de Maputo, como Xiphamanini, Mafalala, Zimpeto e Laulane. Aliás, Sábado passado, havia uma fila de camiões carregados de caixas vazias na própria fábrica da CCS na Machava, aparentemente esperando pela sua vez de comprar o produto. Face a essa carência, alguns fornecedores que tenham esses produtos aplicam preços acima do estabelecido pela empresa.

No mercado de Xiphamanini, por exemplo, um fornecedor de refrigerantes da Coca-Cola vende a caixa (em garrafas de vidro) ao preço de 180 meticais (6,1 dólares), contra os 148 habituais. Outros fornecedores chegam a vender a mesma caixa por 200 meticais, segundo disse à AIM um jovem que procurava produtos da Coca-Cola no mercado de Xiphamanini. A caixa de Coca- Cola (garrafas de um litro) continua a custar 240 meticais.

Outras informações referem haver especulação do preço dos produtos da CCS por unidade, chegando uma garrafa pequena (de 300 mililitros) a ser vendida por 12 meticais (contra os normais 10) em algumas barracas (bares) de Maputo. A AIM contactou a empresa CCS Moçambique para saber a real explicação para a crise dos seus refrigerantes, tendo, para o efeito, falado (via telefone) com o director nacional de Relações Públicas e Comunicações, José Dai. Porém, este enviou um comunicado de imprensa para a AIM, uma vez que, segundo ele, a política interna daquela empresa só permite o contacto com a imprensa através desse tipo de meios, apesar da possibilidade deste não responder a todas inquietações de jornalistas.

No comunicado de imprensa, a CCS reconhece estar a experimentar uma “distribuição irregular” dos seus produtos em garrafas de 300 mililitros, um facto resultante da subida acentuada da procura. “Esta demanda coincide com a época festiva. Nesta perspectiva, a Coca- Cola implementou uma série de medidas visando dar vazão a procura. Estas medidas fazem parte do programa da empresa para a preparação da quadra festiva que tiveram início no segundo trimestre de 2009”, refere o comunicado de imprensa.

Dentre várias acções, a empresa diz ter investido cinco milhões de dólares na aquisição de garrafas vazias, abertura de nova linha de enchimento na fábrica de Chimoio (capital da província central de Manica) e a introdução de uma linha de enchimento de garrafas plásticas na fábrica da Machava. Estas duas novas linhas estão agora a funcionar em pleno.

Por outro lado, a empresa diz que todas as suas fábricas estão a operar em regime de 24 horas por dia. “Estas medidas ajudaram a satisfazer a procura acima descrita, contudo ainda existe algum défice no que respeita ao refrigerante em garrafas de vidro de 300 mililitros”, afirma a empresa, apontando a existência de outras medidas tomadas de modo a minimizar essa crise, nomeadamente a distribuição dos refrigerantes durante todo o dia, pelo menos nas zonas urbanas, o reforço das viaturas de distribuição dos produtos, a recolha dos produtos pelos clientes directamente a partir da fábrica e lançamento de refrigerantes em garrafas plásticas.

Entretanto, ao que tudo indica, apesar destas medidas, os produtos desta marca continuam escassos no mercado. As garrafas de plástico, por exemplo, nem sequer são conhecidas pela maioria dos consumidores de Maputo, particularmente os dos bairros suburbanos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!