Quase 125.000 mortes por malária foram evitadas entre 2001 e 2007 em dez países da África graças ao uso estendido de mosqueteiros tratados com inseticidas, indicou nesta sexta-feira um relatório da Unicef.
A malária, doença cujo vetor é um mosquito, provoca um milhão de mortes por ano, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). “Uma nova era na luta contra a malária começou”, destacou o Fundo das Nações Unidas para a Infância. “Constatamos avanços significativos em termos de prevenção, em particular na utilização de mosqueteiros tratados com inseticidas”, indicou o relatório que será apresentado nesta sexta-feira em Washington.
Segundo o documento, a utilização destes mosqueteiros, o melhor meio de prevenção existente contra a malária, triplicou de 2000 em 19 dos 22 países da África Subsaariana, onde esta doença tem uma incidência maior e provoca uma maioria de mortes de crianças menores de cinco anos. Em 2000, somente 2% das crianças pequenas eram protegidas por mosqueteiros tratados, percentual que subiu para 20% em 2006, indicou o relatório.
No entanto, apesar deste aumento, a distribuição e a utilização deste útil instrumento, simples e barato, continua sendo desigual segundo a região, destacou a Unicef. “O uso de mosqueteiros ainda não chegou às zonas rurais ou aos locais mais pobres”, acrescentou. Há um ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou um ambicioso plano para que, em 31 de dezembro de 2010, nos países em que a doença é endêmica tenha cobertura universal contra a malária, em especial no uso de mosqueteiros tratados com inseticidas.
A embaixadora dos EUA ante a ONU, Susan Rice, o músico de jazz Quincy Jones e a diretora da Unicef Ann Veneman participarão na reunião em Washington, durante a qual o relatório será divulgado.