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Duplo atentado perto de mesquita em Bagdá deixa 55 mortos

Pelo menos 55 pessoas morreram nesta sexta-feira em dois atentados suicidas perto de uma mesquita xiita em Bagdá, novo sinal de que o Iraque está voltando a mergulhar em uma violência cega a nove semanas da retirada das tropas americanas.

O duplo atentado deixou, além disso, 125 feridos, por volta do meio-dia (06H00 de Brasília), pouco antes do início da grande oração de sexta-feira, enquanto fiéis se dirigiram ao mausoléu do imã Moussa al-Kadhim, no bairro de Kadhimiyah, no norte de Bagdá.

“Um camicase explodiu a carga que carregava perto de um grupo de peregrinos iraniano enquanto outro ativou seu cinturão de explosivos num mercado das redondezas”, declarou à AFP um dos feridos internado em um hospital de Kadhimiyah. “Segundo nossos dados, 55 pessoas foram mortas, entre elas 20 peregrinos iranianos, e 125 foram feridas, das quais 80 iranianas”, disse à AFP uma fonte do ministério da Defesa. Um responsável do Interior falou em 60 mortos, dos quais 25 iranianos, e confirmou o número de feridos. “A maioria das vítimas estava indo rezar”, disse.

A zona foi inteiramente cercada pelas forças de segurança, que interditam os jornalistas de se aproximarem do local da carnificina. Este foi o ataque mais sangrento em Bagdá desde março de 2008 e o segundo atentado que atingiu em 24 horas peregrinos iranianos, que vão em centenas de milhares todo ano visitar os lugares sagrados dos xiitas no Iraque.

O mausoléu do imã Moussa al-Kadhim é um dos lugares mais reverenciados pelos xiitas. Este novo atentado eleva a mais de 140 o número de mortos nos atentados nas últimas 24 horas. Desde o início do mês, mais de 250 pessoas morreram e cerca de 650 foram feridas, confirmando a intensificação dos ataques sangrentos registrados desde fevereiro.

Quinta-feira foi o dia mais sangrento, há mais de um ano com a morte de pelo menos 87 pessoas nos três atentados suicidas. Um camicase explodiu sua carga num restaurante de Mouqdadiyah, a 100km ao norte de Bagdá. O telhado desabou, matando ao menos 56 pessoas, das quais 52 peregrinos iranianos, e ferindo outros 63. Este ataque foi o mais sangrento desde o início do ano no Iraque.

Além disso, um dos chefes de uma milícia aliada aos americanos e duas outras pessoas foram mortas durante a madrugada na mesma província de Diyala, da qual Baaquba é a capital. No leste de Bagdá, um camicase vestido com a tradicional abaya negra se infiltrou entre as mulheres e crianças reunidas para a distribuição de comidas da polícia. O atentado deixou 28 mortos e 52 feridos. As vítimas são policiais e refugiados.

A quinta-feira foi marcada pelo anúncio por um porta-voz da segurança em Bagdá da prisão de Abu Omar al-Bagdadi, suposto chefe da Al-Qaeda no Iraque. Até agora, no entanto, o Pentágono não quis confirmar esta captura. A situação melhorou nitidamente em termos de segurança no Iraque em dois anos, graças ao recrutamento em massa pelas forças americano-iraquianas de milícias formadas de ex-insurgentes, conhecidos pelo nome de “Sahwa”.

No entanto, as regiões de Mossul, Bagdá e Baaquba continuam sendo palco de violências sangrentas.

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