Está em discussão no país uma nova política da responsabilidade social das empresas para determinação de acções concretas a serem financiadas por estas unidades económicas em benefício das comunidades vivendo em seu redor.
O propósito é obrigar as empresas a desenhar projectos e estarem inscritos nos seus planos de desenvolvimento para o benefício das comunidades das zonas onde estão implantadas, segundo Abdul Razak, vice-ministro dos Recursos Minerais, esclarecendo que a ideia não é estabelecimento de taxas a serem cumpridas, “mas sim haver obrigatoriedade das empresas de financiar projectos em benefício das comunidades”.
As discussões estão a ser feitas a nível das províncias, envolvendo comunidades rurais ou das zonas urbanas onde estão implantados os empreendimentos “e há já bons resultados e boas contribuições”, realçou Razak, falando em entrevista concedida semana finda ao Correio da manhã.
A definição da política de responsabilidade socioal das empresas é uma das exigências da sociedade civil moçambicana, alegadamente por os mega-projectos dos ramos da indústria extractiva e dos hidrocarbonetos não estarem a ser exigidos a financiar projectos concretos para as comunidades onde estão implantados.
“O que se passa agora é os megaprojectos fi nanciarem acções ao seu belprazer e quando assim o quiserem, o que não pode ser”, enfatizou Fátima Mimbir, do Centro de Integridade Pública (CIP) na sua dissertação, esta quinta-feira, sobre a Indústria Mineira em Moçambique: Que papel para a Sociedade Civil.
O tema foi amplamente debatido durante a apresentação do terceiro relatório de avaliação de reconciliação sobre os pagamentos efectuados pela indústria extractiva e dos recebimentos do Governo provenientes do sector ao longo de 2010.
