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Chineses fazem raro protesto contra censura a jornal

Os admiradores de um dos mais liberais jornais da China fizeram uma manifestação diante da sua sede, esta Segunda-feira (7), num raro protesto contra a censura no país, em apoio a uma greve de jornalistas por causa das interferências feitas pelo chefe local de propaganda.

O protesto em Cantão, capital da província de Guangdong, é parte de uma crescente mobilização popular pela liberdade de imprensa, e também um teste a respeito do compromisso do novo dirigente comunista Xi Jinping com as reformas na China.

Os protestos começaram no final da semana passada, quando repórteres do influente Semanário do Sul acusaram censores de alterarem uma mensagem de Ano Novo aos leitores, em que a defesa de um governo constitucional foi substituída por palavras de louvor ao Partido Comunista.

A polícia autorizou a manifestação em frente à sede do Grupo Nanfang, que edita o jornal, num sinal de que o governo provincial, comandado pelo recém-nomeado Hu Chunhua, estrela em ascensão na política chinesa, deseja agir de forma cautelosa diante da indignação popular contra a censura.

Os manifestantes, a maioria jovens, deixaram no local pequenos cartazes manuscritos dizendo que a “liberdade de expressão não é crime”, e que “os chineses querem liberdade”. Muitos portavam crisântemos amarelos, simbolizando luto pela liberdade de imprensa.

“O Grupo de Mídia Nanfang está relativamente disposto a dizer a verdade na China, então precisamos de nos posicionar a favor da sua coragem e apoiá-la agora”, disse à Reuters Ao Jiayang, jovem funcionário de uma ONG, com o cabelo tingido de laranja.

“Esperamos que por meio disso possamos lutar pela liberdade de imprensa na China. O comparecimento de hoje reflecte o facto de que cada vez mais gente na China tem consciência cívica.”

A atenção dada ao protesto internamente reflecte também a posição única de Guangdong, a mais rica e liberal província da China, e berço do programa de “reforma e abertura” do país.

Numa medida simbólica, Xi escolheu Cantão como destino da sua primeira viagem depois de ser sagrado dirigente máximo do PC chinês, em Novembro.

Na noite de Domingo, o Semanário do Sul negou no seu microblog oficial que a carta de Ano Novo tenha sido alterada por motivo de censura.

“Os rumores pela internet eram falsos”, disse a publicação. Muitos jornalistas, no entanto, desvincularam-se dessa declaração, e decidiram iniciar uma greve, Segunda-feira.

Várias cartas abertas circulam na internet pedindo a demissão do chefe de propaganda da província, Tuo Zhen, acusado de amordaçar a imprensa.

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