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Anualmente há 140 mil doentes com tuberculose mas só metade faz o tratamento em Moçambique

Em Moçambique, dos cerca de 140 mil pessoas infectadas pela tuberculose, uma doença que pode ser prevenida, tratada e curada, e em torno do qual o mundo reflecte nesta terça-feira (24) por ainda constituir um problema de saúde pública, apenas perto de 70 mil é que se submetem ao tratamento, e três porcento abandonam a terapia por diversos motivos tais como negligência e cinco porcento morrem.

Esta terça-feira comemora-se o Dia Mundial da Tuberculose, uma enfermidade cuja transmissão é directa, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo. Os sintomas são a tosse durante mais de duas semanas, febre, falta de apetite, emagrecimento e transpiração excessiva. Moçambique é um dos 22 países mais afectados no mundo.

Mouzinho Saíde, vice-ministro da Saúde, disse a jornalistas que o lema deste ano é “Encontre, trate e cure”a tuberculose. Ele explicou que é preciso achá-la porque, grosso modo, esta enfermidade está “escondida” na comunidade, devendo ser detectada e rastreada. “Tratar e curar porque é uma doença que tem tratamento e cura, pese embora o número de infecções seja assustador devido a desistências, à fraca adesão à terapia e à má administração de medicamentos”.

Concorrem para esta situação a discriminação e a falta de informação, segundo o governante, que apelou também à sociedade para que tenha consciência de que a tuberculose é prevenível e curável, mas, em caso de negligência, pode matar. Ele assegurou que todos os distritos dispõem de meios para rastrear e tratar a doença, que está muito associada ao VIH/SIDA e o número de casos está a aumentar substancialmente, rondando, actualmente, os 75 porcento.

Enquanto isso, Nazira Abdula, ministra da Saúde, disse que a instituição que dirige desembolsa todos os anos 17 milhões dólares norte-americanos para a compra de medicamentos. Porém, o valor chega a ultrapassar os 30 milhões de dólares destinados à aquisição de fármacos para os agentes polivalentes elementares e outro montante é aplicado para fazer face a algumas necessidades dos hospitais do país.

Segundo a ministra, a relação de fármacos essenciais comprados pelo Estado está desactualizada desde 2010, e compromete a saúde pública. O catálogo deve ser actualizado “porque já há medicamentos novos disponíveis” e tal pode acontecer no próximo ano. Ela disse que há, por vezes, casos de “cinco medicamentos que tratam a mesma doença”.

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