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Zambézia: sector de Florestas e Fauna Bravia factura 1.8 milhão de multas

O sector de Florestas e Fauna Bravia na província central da Zambézia facturou, nos últimos dez meses, pouco mais de 1.8 milhão de meticais resultantes de várias multas aplicadas na sequência das transgressões à lei de florestas.

Durante o mesmo período, aquele sector expulsou cinco fiscais florestais por se ter provado e seu envolvimento em actos contrários a lei. Segundo o director provincial da Agricultura, Mahomed Valá, a expulsão dos fiscais enquadra-se num conjunto de medidas que estão a ser aplicadas com vista a “sanear” os funcionários corruptos que se envolvem em “esquemas” manchando a imagem do sector público.

Valá disse que revelou este facto a margem da I Conferência Provincial sobre Desenvolvimento Comunitário, disse que o sector de Florestas e Fauna Bravia, apesar de estar a enfrentar insuficiência de fiscais para cobrir os postos de saída como os de Alto-Ligonha, Lugela e Chimuara, locais de trânsito de madeira preciosa, não podia deixar de tomar esta medida que tem como objectivo pôr de fora os corruptos e moralizar o sector.

“Actualmente o sector de Florestas e Fauna Bravia, na Zambézia, conta com 30 fiscais, número tido exíguo para cobrir a extensão da província, sobretudo, nos nove distritos com maiores quantidades de recursos florestais e faunísticos”, disse Vala citado pelo matutino “Noticias”. Neste momento, segundo a fonte, o sector está a preparar processos atinentes à admissão de mais doze fiscais para minimizar a carência de pessoal. Na ocasião, a administradora distrital de Gilé, Teresa Mauaio, disse haver muitos desmandos no seu distrito, caracterizados por corte ilegal e transporte de milhares de toros de madeira.

Estas violações atingem o extremo ao serem efectivadas mesmo durante o período de defeso. Samuel Paiva, especialista em Desenvolvimento Comunitário no distrito da Maganja da Costa, revelou que à calada da noite, naquela parcela do país, são também vistos camiões a transportar madeira, supostamente ilegal, de várias espécies. A fonte disse ainda que os madeireiros são também responsáveis pelas queimadas descontroladas e não possuem planos de maneio, apontando que a eliminação deste mal passa pelo empoderamento das comunidades locais porque não se justifica que com um grande potencial de recursos naturais os residentes continuem na pobreza.

Zambézia tem 3.8 milhões de habitantes, dos quais, cerca de 80 por cento vive na zona rural e que em pouco ou quase nada se beneficiam dos recursos naturais, mesmo com a introdução dos vinte porcento da taxa sobre a exploração da madeira destinada às comunidades. Os participantes afirmaram ainda que os valores destinados as comunidades beneficiam os líderes comunitários que os usam para a compra de bicicletas ao invés de resolverem os problemas concretos da comunidade.

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