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Zambézia: líderes comunitários suspeitos de colaborar com madeireiros ilegais

Líderes comunitários de alguns povoados do distrito de Mocuba, na província central da Zambézia, em Moçambique, são acusados de colaborar com madeireiros furtivos que, de há alguns anos a esta parte, têm vindo a devastar as florestas daquele ponto do país.

Até ao momento, pelo menos três líderes foram afastados dos seus postos devido as suas ligações com operadores ilegais de madeira em regiões como Mataia, onde a extracção já atingiu extensas áreas e o abate de árvores em dimensões abaixo do recomendado pelas autoridades de tutelam o sector.

O alerta sobre este negócio ilegal, segundo escreve o matutino “Notícias”, foi lançado já faz tempo e o mais recente veio do Instituto Panos da África Austral, uma instituição lançada em Moçambique em 2010, que há dias levou um grupo de jornalistas àquele ponto para reportar o assunto.

O corte ilegal de madeira em Mocuba é feito de dia e protagonizado pelos naturais ao serviço de indivíduos que agem como intermediários, idos da sede do distrito ou da cidade de Quelimane.

Estes indivíduos (intermediários) pagam aos cortadores 100 meticais por cada toro. O transporte de madeira e’ feito em camiões, regra geral, à noite e especula-se que, posteriormente, os toros comprados a 100 meticais são revendidos a estrangeiros posicionados em Quelimane, por cerca de três mil meticais a unidade.

Alves Ricardo e Horácio Franque, operadores de moto-serra, encontrados nas matas de Mataia, em pleno exercício de corte, disseram que, habitualmente, são contratados para derrubar árvores e dividi-las em toros a troco de 100 meticais por cada unidade.

Segundo eles, a madeira, depois de seca, é transportada a noite em lotes de 40 ou 60 para fora daquele povoado e que entre as espécies mais procuradas destacase a chanfuta, pau-ferro e jambire.

Maria Isabel Sebastião, chefe da localidade de Munhiba, onde está inserido o povoado de Mataia, reconheceu que a zona está a ser devastada por madeireiros furtivos, que se aproveitam das fragilidades da fiscalização que deveria agir para travar os desmandos.

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