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Xiquitsi: “Queremos fazer história em Moçambique”

A Associação para o Desenvolvimento Cultural (Kulungwane) procedeu, na noite de 26 de Março, num evento decorrido no Conselho Municipal de Maputo, à divulgação do projecto Xiquitsi que engloba a Temporada de Música Clássica e a Formação de Orquestras e Coros de Moçambique.

Na capital moçambicana, a Associação para o Desenvolvimento Cultural (Kulungwane) é conhecida como a instituição que realiza o Festival Internacional de Música. Nos últimos anos, de acordo com a organização, a iniciativa tem gerado um grande interesse por parte do público.

É nesse sentido que se cria o projecto Xiquitsi que pretende desenvolver de forma complementar e, em simultâneo, a Temporada de Música Clássica de Maputo e a Formação de Orquestras e Coros de Moçambique.

Trata-se, na verdade, de um programa de actividades musicais mais abrangente criado a fim de inovar e progredir na capacidade de interagir com o público, com enfoque para a juventude, criando, assim, potencial humano, à escala nacional, para a exploração da música clássica. A iniciava, que já está em implementação, foi apresentada no dia 26 de Março, a um público restrito, com a presença dos alunos que constituem a orquestra.

Refira-se que a primeira a Temporada de Música Clássica de Maputo será realizada, três vezes por ano, entre Maio, Agosto e Outubro. Espera-se que os referidos programas – constituídos, essencialmente, por concertos envolvendo músicos nacionais e estrangeiros – proporcionem ao público eventos de alta qualidade.

Por sua vez, a Formação de Orquestras e Coros de Moçambique – o segundo programa – visa promover a integração e a inserção social da primeira Orquestra Juvenil de Música Clássica, em formação, bem como a sua capacitação profissional por intermédio de um ensino colectivo de música.

É por essa razão que os dinamizadores do projecto Xiquitsi explicam que “esta iniciativa representa uma possibilidade de mudança na vida de jovens e crianças que, através da prática colectiva de música, adquirem ferramentas essenciais para o desenvolvimento pleno das suas capacidades”.

Refira-se que a formação desta orquestra será baseada em experiências comprovadas como, por exemplo, “El sistema” na Venezuela, onde o projecto existe há 38 anos e que actualmente possui mais de 350 mil jovens e crianças e cerca de 290 orquestras em todo o país.

Outro exemplo, bem-sucedido, é o “Neojibá”, do Brasil, onde a iniciativa criada há cinco anos formou mais de 210 jovens e crianças entre nove e 29 anos. Possui ainda três orquestras que já contam com 240 apresentações.

De acordo com o planeado, em 2013 o projecto Xiquitsi vai realizar, durante a Temporada da Música Clássica de Maputo, 20 concertos com mais de 30 músicos. As oficinas organizadas com os artistas vão beneficiar 150 participantes.

É dentro deste quadro contextual que a oboísta moçambicana, Eldevina Materula – que assume a direcção artista do projecto – acredita que “além de formar personalidades, modificar o futuro das crianças envolvidas, gerar uma possibilidade de carreira internacional para elas, com o Xiquitsi queremos fazer história na música clássica em Moçambique”.

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