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Isabel Novela: Uma cantora que cintila

Isabel Novela: Uma cantora que cintila

A cantora moçambicana, Isabel Novella, será uma das participantes na Atlantic Music Expo. O evento terá lugar no dia 10 de Abril, na cidade da Praia, em Cabo Verde. Antes de partir, a artista revelounos o seguinte: “Estou a elevar a cultura moçambicana”, mas o seu desafi o é chegar à Womex…

Mais uma vez, a música moçambicana – através da jovem compositora e intérprete, Isabel Novella – irá atravessar fronteiras. O destino, desta vez, é a terra da diva dos pés descalços. A compositora moçambicana vai expor as suas obras na Atlantic Music Expo, na cidade da Praia, em Cabo Verde. O evento acontecerá no dia 10 de Abril.

Para Isabel, que pela primeira vez cantará em Cabo Verde, estar na terra de Cesária Évora possui um sentido especial. No entanto, nem por isso, a artista se distrai dos seu objectivo – trabalhar. Afinal, lá, estarão os promotores de espectáculos de várias partes do mundo, incluindo o pessoal da World Music Expo – Womex. Acompanhe a conversa.

@Verdade: Em que contexto se enquadra este convite?

Isabel Novella (IN): O convite surgiu no âmbito do trabalho que o meu manager tem realizado para a divulgação e promoção da minha música. Então, a Atlantic Music é uma grande feira de música onde se encontram promotores de música, músicos e bandas vindos de diversas partes do mundo, incluindo dos países do Oceano Atlântico. O meu manager entrou em contacto com o promotor desta expo, passou-lhe o meu material, ele gostou e surgiu assim a possibilidade de eu expor as minhas músicas no Atlantic Music Expo que decorre em Cabo-Verde.

@Verdade: Esta será a primeira vez que irá actuar em Cabo-Verde?

IN: Sim! Nunca havia participado numa Expo Musical antes. Das vezes que fui, o objectivo era assistir apenas. Desta vez, farei a exposição do meu trabalho perante os produtores e promotores de eventos culturais. Depois da Atlantic Music Expo, no dia 12, será realizado um festival.

Mas, antes disso, os promotores estarão lá durante uma semana a avaliar os novos produtos musicais em exibição. Na verdade, trata-se de um espaço em que se faz a venda dos produtos culturais para os promotores de festivais internacionais. Se estas personalidades do mundo cultural se interessarem pelas obras expostas, eles convidam os artistas a participar em eventos do ramo.

@Verdade: Quais é que são as suas expectativas?

IN: Pelo que estive a ler, incluindo as informações que me foram facultadas pelo meu manager, pude constatar que se trata de uma feira muito grande que irá envolver o pessoal da Womex – a maior plataforma de exposição da música do mundo – por isso, as minhas expectativas são grandes.

Logo que me falaram sobre a possibilidade de participar na Atlantic Music Expo, comecei a preparar-me. Já seleccionei as músicas que vou expor e estou a ensaiar para que me chamem para outros festivais. Além do mais, o meu primeiro trabalho discográfico – que está disponível na Internet – será publicado em Abril em formato físico. Por isso, penso que esta obra também é um produto que pode ser oferecido aos promotores. Vou unir o útil ao agradável, em Cabo-Verde.

@Verdade: Quando é que o disco será disponibilizado ao grande público?

IN: Estamos em processo de negociação com a parte moçambicana, porque também queremos fazer a sua distribuição no país. A partir do dia 1 de Abril o disco estará disponível no mercado. Antes de mais, há necessidade de avaliar os mecanismos para transportar o mesmo para cá. Mas até a segunda semana de Abril a obra estará à venda em Maputo.

Ainda não se conhece a minha música

@Verdade: Isabel Novella é uma cantora que tem tido a oportunidade de expor os seus produtos na Europa, um pouco em África e, como disse, desta vez actuará em Cabo Verde. Qual é a estratégia para esta focalização no mercado internacional?

IN: Um dos principais objectivos do meu trabalho é elevar o nome de Moçambique e da nossa cultura no mundo. Então, estou a aproveitar as oportunidades de que disponho para o efeito. Quando eu saio carrego comigo o nome de Moçambique para o destino. Nisso aproveito fazer a divulgação dos trabalhos que são feitos cá, a nossa cultura e os talentos. Na verdade, eu gostaria de ter a oportunidade de fazer com que a minha música fosse mais conhecida em Moçambique. Muitas vezes, nós actuamos mais na cidade de Maputo.

@Verdade: Porque é que são poucos os seus concertos em Maputo?

IN: Há vários factores que justificam a situação. O primeiro é que não temos muitas casas de pasto. Ainda não temos um calendário de festivais regulares. Por exemplo, eu sei que agora existe o festival Azgo que acontece em Maio e o Umoja. Mas, geralmente, tem sido muito difícil que o cantor saiba quando é que haverá eventos musicais em Moçambique. Não temos essa programação. É muito importante que se difunda uma informação sobre como é que o cantor deve proceder para participar num festival de cultura.

Se houvesse um calendário anual de espectáculos seria muito fácil não só para mim, mas também para muitos artistas saberem como expor os seus trabalhos. Penso que não fiz muitos concertos porque ainda estava a gravar o disco. É sempre bom que se vá ao palco com algo para oferecer. As pessoas exigem isso. No ano passado dediquei tempo para promover o meu nome na África do Sul, onde o disco foi gravado.

Na terra de Cesária Évora

@Verdade: Quantas faixas musicais possui o disco? Há alguns artistas convidados a participar em algumas músicas?

IN: O disco tem 12 músicas e tenho a participação de dois artistas sul-africanos, em igual número de faixas. Também regravei a música de José Barata, sobre a beleza da mulher moçambicana, como forma de buscar o que há de bom na nossa arte, e mostrar ao mundo. É importante que se actue nesse sentido.

@Verdade: Esse conjunto de acontecimentos acresce valor ao seu ano de actividades. Quer comentar sobre isso? Como está planeado o 2013 sob o ponto de vista de trabalho?

IN: Agora, como já temos o disco, é fácil organizar as actividades. Mas, desde o ano passado, estou a fazer contactos para a sua promoção. Trata-se de um trabalho difícil de fazer enquanto não se tiver o produto. Neste ano estaremos ocupados a desenvolver acções da sua divulgação e venda, incluindo a realização de acções com vista à participação em festivais de 2014.

@Verdade: Para si, que sentido tem actuar em Cabo-Verde?

IN: É a casa de Cesária Évora. Sempre ouvi falar de Cabo Verde, do seu nome, mas nunca me imaginei lá. Gosto muito de Cármen de Sousa que é uma cantora cabo-verdiana cujas músicas aprecio. Por isso, tenho investigado um pouco sobre a música, os lugares e o povo daquela parcela de África. Quando me apareceu esta oportunidade fiquei muito feliz. Vou aprender um pouco sobre a sua cultura. Também espero ensinar um pouco sobre o que se faz em Moçambique na área musical.

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