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Xiconhoquices da semana: SG da Frelimo e Governador; Nyusi no sorteio do Moçambola; Prisão preventiva de Jerónimo Malagueta

Xiconhoquices da semana: Funcionários públicos obrigados a participar na campanha eleitoral; Falta..

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

SG da Frelimo trabalha em Maputo e “abandona” governo de Cabo Delgado

O novo secretário-geral da Frelimo, Eliseu Machava, abandonou literalmente a província de que é Governador. Ou seja, deixou claro que a população de Cabo Delgado, na sua escala de valores, é bem menos importante do que os militantes da sua formação política. Por respeito aos cidadãos de Cabo Delgado, Eliseu Machava deveria, se o mais importante é, para si, a Frelimo, abdicar do seu cargo. A população daquela parcela do país não pode ficar privada do seu governador. E se saiu por algum tempo e pretende continuar no cargo deve explicações aos cidadãos daquele ponto do país. Só mesmo na esteira da Xiconhoquice é que se pode ignorar milhões de habitantes para beneficiar tão pouca gente como os membros da Frelimo.

Nyusi no sorteio do Moçambola

Os desportistas presentes na gala da LMF mostraram- se incrédulos e surpreendidos com a estranha presença de Filipe Jacinto Nyusi, recentemente anunciado candidato do partido Frelimo à Presidência da República de Moçambique. Ainda que fosse, actualmente, ministro da Defesa Nacional, o papel prestado por aquele político não deixou de ser ridículo, sobretudo pelo esforço imposto pelos organizadores do evento.

“ (…) Temos aqui o candidato da Frelimo e futuro Presidente de Moçambique (…)”, disse, de forma introdutória e pouco elegante, Sérgio Marcos, o mestre de cerimónias, curiosamente jornalista da Televisão de Moçambique (TVM) e comentador desportivo de uma cadeia televisiva sul-africana, manifestamente denunciando que a comparência de Nyusi na gala não passava de uma manobra de propaganda e de aproveitamento político. “O que ele vem fazer aqui?”, questionavam, aos sussurros, muitos dirigentes desportivos, enquanto outros respondiam, de forma categórica, que “vem lançar a sua apagada imagem”.

Sérgio Marcos, numa outra ocasião, convidou Filipe Nyusi, adjectivando-o de candidato do partido Frelimo, a subir ao palco para fazer a surpreendente entrega do prémio de Jogador Mais Valioso a Rúben, atleta do Costa do Sol. Pensávamos que a falta de vergonha fosse uma característica do mundo da política. Não sabíamos que até no desporto ela, a falta de vergonha, se exibia para desgraça do bom senso.

Prisão preventiva de Jerónimo Malagueta

“Num país onde a justiça é selectiva a lei aplica-se por conveniência. Quase três meses depois de os advogados da Renamo terem submetido um pedido de ‘habeas corpus’ a favor do brigadeiro na reserva, Jerónimo Malagueta, detido há quase um ano, o Tribunal Supremo ainda não se pronunciou sobre o assunto. Entretanto, segundo reza o nº 2 do artigo 66 da Constituição da República, “A providência de Habeas Corpus é interposta perante o tribunal, que sobre ela decide no prazo máximo de oito dias”. O primeiro pedido da Renamo foi feito em Setembro de 2013. O Tribunal Supremo está com o pedido há mais de 150 dias”, escreve o Canal de Moçambique sobre a Xiconhoquice em questão.

É, realmente, estranho o comportamento de um poder que não se devia, até implicitamente, subordinar ao poder político. Não se trata de exigir a libertação do homem, mas de respeitar claramente o corpo, o espírito e a letra da lei. O silêncio do TS é perigoso e um atentado claro à liberdade de todos nós. É que qualquer um de nós pode virar, da noite para o dia, mais uma Malagueta ignorado pelo TS para gáudio dos donos do país.

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