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Xiconhoquices da semana: Nampula sem fármacos para a malária; Sem ligação por terra; Fome em Chigubo

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores destacaram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

1. Nampula sem fármacos para a malária

Várias unidades sanitárias da cidade de Nampula não têm antimaláricos desde a última segunda-feira, facto que já preocupa os doentes. O problema é gritante relativamente aos doentes cuja condição financeira não permite que recorram às farmácias privadas, onde os antimaláricos e outros fármacos são vendidos a preços proibitivos.

O @Verdade visitou três farmácias e apurou que o preço de uma carteira do Coartem, um medicamento usado para o tratamento da malária, custa 120 a 300 meticais, contra 30 a 50 meticais praticados no mercado negro.

A ruptura de stock deste tipo de medicamento acontece numa altura em que o número de doentes está a aumentar. Em quase todas as unidades sanitárias é notória a presença de inúmeros doentes queixando- se de sintomas de malária. Nos centros de saúde 1º de Maio, 25 de Setembro e no Posto de Saúde de Namicopo, por exemplo, as filas de pessoas que procuram pelo tratamento são enormes.

Alguns funcionários das farmácias privadas em Nampula justificam os elevados preços de antimaláricos alegadamente devido aos enormes custos de importação dos mesmos. Segundo avançaram, Portugal e Índia são os principais mercados que fornecem ao país.

O director de Saúde na cidade de Nampula, Leonel Namuquita, desdramatiza a situação e considera que não há motivos de alarme. Nas suas palavras, trata-se de uma crise que poder estar relacionada com alguma lacuna na gestão de fármacos por parte dos responsáveis dos estabelecimentos hospitalares.

2. Sem ligação por terra:

O tráfego rodoviário na Estrada Nacional nº1, que liga o Sul ao Centro e Norte de Moçambique, foi restabelecido após interrupção de cerca de 10 horas para trabalhos de reparação de emergência numa ponte, localizada na entrada da cidade de Xai-Xai, no bairro 8, danificada pela força das águas do rio Limpopo no princípio da tarde desta Segunda-feira (4).

A reparação de emergência consistiu na colocação de pedregulhos numa das zonas de encontro da ponte que sofreu erosão devido à força das águas.

De acordo com o director da Administração Nacional de Estradas, Cecílio Grachane, esta situação era esperada, pois desde o rompimento do dique de protecção da cidade o caminho de escoamento das águas, que transbordaram do rio Limpopo há duas semanas, para o mar, tem passado pela ponte em vez de fazer o seu trajecto habitual, causando erosão e corroendo os pontos de encontro da mesma. Isso é mesmo uma Xiconhoquice. Afinal sabiam!

3. Fome em Chigubo:

As cerca de 25 mil pessoas totalmente isoladas devido à subida galopante das águas do rio Limpopo, em Chigubo, norte da província moçambicana de Gaza, enfrentam fome em virtude devido da escassez de produtos alimentares de primeira necessidade.

Marcelo Nhampule, administrador do distrito, diz que as pessoas que lá vivem e outras que casualmente estavam de viagem, como carvoeiros, têm pouco ou quase nada para comer, porque a estrada de terra batida que liga Chigubo a Chibuto, está cortada desde o passado dia 20 de Janeiro.

Nhampule, citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, disse que foi feita uma ponte aérea através de dois helicópteros que só serviu para o transporte de uma tonelada de arroz e outra de milho, quantidade não suficiente para alimentar as pessoas que vivem em Dindiza, a sede do distrito de Chigubo. Afinal só quem vive em Dindiza é que pode comer? Isto é mesmo uma Xiconhoquice. Apenas uma tonelada. Ou seja, gastaram mais em combustível do que em comida.

“O que recebemos é insignificante. Na distribuição priorizamos as pessoas que estão no centro de acomodação, mas, mesmo assim, não foi suficiente”, disse Nhampule, acrescentando que no centro de acomodação montado na escola secundária local vivem perto de 400 pessoas.

“Há carvoeiros provenientes de Maputo e Inhambane que estão retidos com os seus camiões e já não têm alimentos. As lojas estão vazias”, disse o administrador, apontando que a próxima ponte aérea está prevista para domingo.

Não é possível andar para além de 1.500 metros, a partir de Dindiza, mas sabe-se que há pessoas com fome nas localidades de Nhanale, Khubo, Zinhane, Machaila e Saúte, referiu Nhampule, frisando que há uma semana que não há nenhum contacto com estas zonas recônditas.

Por falta de comunicações, quer físicas, quer telefónicas, segundo o administrador, é difícil saber se há ou não doenças que normalmente eclodem em períodos de cheias, nomeadamente diarreias.

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