Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Xiconhoquices da semana: Menor morto bárbara e cobardemente depois de ser raptado; Morte de civis, Demissão e readmissão

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

Menor morto bárbara e cobardemente depois de ser raptado

“Eu sou a mãe da criança, mas não deito nenhuma lágrima e apelo a todas mães em Moçambique para que façam greve contra o Governo”, disse agastada Kulssum Ismael. E nós concordamos com a senhora. Não é necessário derramar lágrimas se o menor morreu de forma tão cobarde e devido a uma gigantesca (ir)responsabilidade da Polícia da República de Moçambique.

O facto até pode ser casual, mas é inconcebível que o menor tenha sido morto depois de a família ter ousado colaborar com a Polícia. Isto é uma Xiconhoquice de proporções oceânicas. E nem vale, como é costume nas pessoas que amam a coerência, urdirem teorias de um facto (informar a Polícia) que não explica necessariamente o que sucedeu (assassinato do menor).

Até podemos concordar, mas já está mais do que claro que há polícias envolvidos no esquema. E se uma mãe evita jorrar lágrimas é preciso questionar o papel dos órgãos de justiça. A falta de meios não pode, de forma alguma, justificar a inoperância de quem devia zelar pela protecção do cidadão comum e evitar que a inversão do curso cronológico na relação progenitores e filhos. E nem os salários baixos devem servir como almofada para que a Polícia seja abrigo de criminosos. Uma mãe deve viver para enterrar um filho.

Morte de civis no troço Save/Múxunguè

O troço Save/Múxunguè transformou-se, nos últimos tempos, no corredor da morte. Um traçado onde qualquer civil deve viajar com o coração nas mãos. Uma espécie de cemitério de uma paz que durou 20 anos. Uma parte do sangue que jorrou naquele trecho foi reivindicado pela Renamo, sob a desculpa de que era necessário alargar o perímetro de segurança do seu líder. Sucede, porém, que Dhlakama teve de fugir da sua base em Sathunjira e aquele troço voltou a ser um inferno.

As narrativas que chegam daquelas bandas enumeram os mortos e contam os feridos, mas não lhes dão rostos e nem contam os seus reais dramas ou destino das suas famílias depois de os seus entes queridos se cruzarem com a morte. É uma parte desta história que ficou por contar e na qual a sociedade perde a oportunidade de compreender a dimensão do problema.

A Renamo não reivindica os ataques e os defensores da barbárie falam de serviços da contra-inteligência militar. Uma prova de que, no meio da Xiconhoquice, o menos importante é o drama das vítimas e não a estupidez de quem cobardemente executa um semelhante.

Demissão e readmissão

A direcção do Clube de Chibuto demitiu “por maus resultados” o técnico português Victor Pontes. Essa desculpa não calou fundo no seio das gentes que discutem o desporto e a vida dos clubes e chocou os adeptos do clube. E chocou por uma razão. A direcção daquela colectividade fez sempre questão de dizer que o objectivo para a presente época residia na manutenção.

A equipa liderada por Victor Pontes conseguiu, faz tempo, a permanência na mais alta competição do futebol nacional. Olhando por este prisma, a decisão da direcção não pode resultar do motivo elencado. Aliás, só na esteira do delírio e depois de uma relação de amor com a incoerência é que se pode invocar desculpa tão estapafúrdia. Ainda assim, quem manda no clube poderia advogar de que Victor Pontes não melhorou a campanha da época passada. Mas isso seria uma mentira grosseira, uma vez que a competição ainda nem terminou.

Importa, contudo, deixar claro, que Victor Pontes levou o Clube de Chibuto à sua primeira final. Portanto, pensar que um indivíduo que eliminou a Liga Muçulmana e depois cilindrou a “nação” por quatro bolas sem resposta não melhorou a prestação da época anterior só pode ser de loucos. Curiosamente, no princípio da semana, fomos surpreendidos com a notícia da recondução de Victor Pontes. Não é Xiconhoquice isso?

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

error: Content is protected !!