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Xiconhoquices da semana: Idosos sem pensão por causa da sua cor partidária; Abuso do poder coercivo;

Xiconhoquices da semana: Funcionários públicos obrigados a participar na campanha eleitoral; Falta..

Os nossos leitores destacaram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

1. Idosos sem pensão por causa da sua cor partidária

Isto é uma Xiconhoquice a todos os níveis repudiável. O Canal de Moçambique dá conta de algo que devia corar de vergonha o regime no poder e todo aquele que abre a boca para dizer que vivemos num Estado de Direito Democrático. Idosos da cidade de Chimoio estão há cinco meses sem receber a sua pensão de velhice que varia de 150 a 300 meticais em virtude fazerem uso de um direito que a Constituição da República consagra: a escolha partidária.

Neste rochedo à beira mar é pecado ser idoso. A pensão que se dá ao idoso é uma espécie de atestado de óbito. E, como se esse pecado não fosse suficiente para os últimos dias de quem deu tudo pelo país, o mesmo torna-se ainda mais penoso quando se é membro da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique, partidos da oposição.

O salário do idoso que é filiado aos partidos da oposição, em Chimoio, é a sobrevivência sem o subsídio nos últimos cinco meses. O pior mesmo é a justificação para Xiconhoquice tão repugnante. O secretário do bairro 7 de Abril em Chimoio, Alberto Pacate, confirmou que dez idosos ficaram banidos da lista de pensões de velhices por estes pertencerem aos partidos da oposição.

Segundo disse, a medida vem da última reunião havida com o chefe da localidade urbana número 3, em que se determinou o não pagamento de pensões a idosos pertencentes a partidos políticos opositores da Frelimo.

“A medida entrou em vigor desde Outubro último quando começámos a verificar este ambiente. Uma vez que estamos a entrar no ano eleitoral, eles, como são teimosos, com esta medida vão-nos ajudar”, disse acrescentando que “no dia em que deixarem de pertencer a esses partidos terão o direito de receber os seus ordenados”, concluiu. Assim vai a democracia no país das Xiconhoquices…

2. Abuso do poder coercivo

A Polícia de República de Moçambique (PRM) e a Força de Intervenção Rápida (FIR) usaram canhões de água para reprimir, nesta terça-feira (12), mais uma manifestação pacífica, de cerca de uma centena de membros do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, na baixa da capital de Moçambique.

Quatro dos manifestantes foram detidos. Esse abuso do poder coercivo distorce o papel da polícia. Ficamos sem saber se a mesma age em prol da defesa dos direitos do cidadão ou contra estes. A polícia não pode pactuar com Xiconhoquices e nem deve pensar que é tributária de qualquer partido político. A PRM deve servir todos moçambicanos independentemente da sua raça, tribo, cor, etc.

O drama é que de Xiconhoquice em Xiconhoquice esquecem que o vosso salário é uma miséria e que, amiúde, aqui e ali, também reclamam do custo de vida. Se os polícias são incapazes de lutar pelos seus direitos que não inventem Xiconhoquices para impedir aos que têm as bolas no sítio para o fazer.

Perante a vontade dos Desmobilizados de entrarem no recinto, que é público, foram disparados jatos de água que dispersaram os manifestantes. Na sequência desta medida, quatro membros do Fórum foram detidos pela polícia.

3. Gato e rato em Quelimane

A Xiconhoquice que está na ordem do dia no município de Quelimane visa impedir a oposição de governar. Não cremos, de forma alguma, que as intenções dos deputados municipais da Frelimo, ao reprovar o orçamento de Manuel de Araújo, olhem primeiro para o cidadão. Nesta Xiconhoquice o que está, em última análise, em primeiro plano é sabotar e impedir o edil de cumprir as suas promessas eleitorais.

A Frelimo sofreu uma copiosa, vergonhosa e pornográfica derrota nas urnas em Quelimane e agora pretende virar o jogo para o seu lado jogando sujo, impedindo a governação e estorvando qualquer medida que vise melhorar a face de Quelimane. Aliás, os munícipes devem pagar pelas suas escolhas. É assim que eles entendem política e amor pelos moçambicanos: amando a própria Frelimo e permitindo- lhe que assassine a democracia.

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