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Xiconhoquices da semana: Circulação de camiões na EN4; Reformas de luxo; Recensear no último dia

Xiconhoca da semana: Mulher que trancou as filhas em casa e ateou fogo; Jorge Khalau prometeu...

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

Circulação de camiões na EN4

“A EN4 transformou-se, nos últimos tempos, numa verdadeira pista de competição para camiões de grande tonelagem vindos às centenas da vizinha África do Sul. Ontem (terça-feira) fui obrigado a apelar para o meu sangue-frio e conseguir manter a minha viatura que seguia na minha faixa de rodagem.

Isto porque pela frente, tinha na mesma direcção, um dos tais camiões e, de repente, na curva do Tchumene surgem em sentido contrário dois desses camiões numa verdadeira competição. Um a querer ultrapassar o outro sem o conseguir. Apostaria que a velocidade em que vinham ultrapassava bastante os 100 km/h.

Esta situação não é a primeira vez que ocorre. Segundo ouvi, eles tentam chegar rapidamente à báscula para não ficarem muito tempo na fila. Esta estrada tem duas faixas e, por sorte, as bermas servem como faixas também de modo que quando eles nos surgem e não encostamos, levamos com buzinadelas e aproximação perigosa às nossas viaturas no sentido de nos intimidar. Pior é que, por vezes, nas bermas, circulam peões que correm o risco constante de serem atropelados.

Creio que umas lombas de 100 em 100 metros a começar de Tchumene até a Báscula diminuiria bastante este perigo provocado por motoristas sem o mínimo de respeito pelos demais utentes da EN4”. Um cidadão que usa regularmente a via reportou esta Xiconhoquice que acontece ante a complacência das autoridades.

Reformas de luxo

A Xiconhoquice caiu com estrondo. Afinal no país cuja bandeira se chama austeridade e não há dinheiro para pagar melhor o pessoal da educação e da saúde um grupo numeroso de ministros e vice-ministros requereram reforma voluntária e passaram a auferir, por mês, a ninharia de 100 mil meticais, totalizando mais de um milhão de meticais por ano, isto só de reformas. Às reformas acresce-se os salários que ainda auferem como ministros e ou como deputados.

São os casos de Manuel Chang, Cadmiel Muthemba, José Pacheco, Alcido Nguenha, Virgínia Matabele, António Sumbana, Abdul Razak, Lucas Chomera, entre outros, numa lista de dezenas. Há, neste rochedo à beira mar, cidadãos que vivem à grande e à moçambicana.

No nosso entender, esses dirigentes de luxo dão corpo a uma Xiconhoquice tremenda. É que os maus salários na educação e saúde comprometem, e de que forma, o futuro do país. Portanto, numa escala de prioridades essas reformas de luxo deveriam estar na cauda. Aliás, nem deviam ser cogitadas como hipóteses. Contudo, como neste país onde o pai do deixa-andar jamais deixará o povo andar mais vale pagar aos parceiros de negócios do que investir no que realmente importa.

Recensear no último dia

Há povos que preenchem de razão – como nunca tinha acontecido na história da humanidade – frases feitas como aquela que diz que “cada um tem o dirigente que merece”. Aliás, até fica difícil saber quem é o chulo da nossa relação povo/governante. É bem provável que eles façam bem mais do que merecemos.

Nada explica que depois de viajar cinco anos como gado, depois do aumento vertiginoso, criminoso e parasita do custo de vida, depois da greve dos médicos, depois da interrupção da EN1 no troço Save/Muxúnguè e depois de outros tantos depois deixamos o recenseamento para o último dia.

Só faz isso quem não quer mudanças. Só faz isso quem quer continuar a ser roubado mais cinco anos. Só faz isso quem está resignado com a situação que o país atravessa. Enfim, só faz isso quem não quer deixar um futuro melhor para os seus descendentes…

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