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Xiconhoquice da semana: Discriminação contra o idoso; O apagão da incompetência; O apagão da vergonh

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores destacaram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

1. Discriminação contra o idoso

O Jornal Público, na sua edição da semana passada, reportou um acto de discriminação protagonizado pela Empresa Pública de Transportes Municipais. As carreiras para Manhiça foram interrompidas e o motivo não podia ser mais assombroso. Os autocarros transportavam idosos e isso, dizem, criava prejuízos financeiros à empresa.

Efectivamente, os idosos estão isentos de pagar o bilhete. A Xiconhoquice prevaleceu enquanto o silêncio das vítimas durou. A denúncia bateu as portas do Público que fez uma reportagem sobre a situação.

No terreno os jornalistas constataram que o problema remonta ao mês de Novembro do ano passado. No entanto, escreve o Público, na passada terça-feira (5 de Fevereiro) tudo voltou à normalidade. Porém, quando o assunto é Xiconhoquice mesmo os termos corriqueiros devem ser ladeados por aspas.

Porque, na verdade, aquilo que vivem os idosos que pretendem partir de ou para Manhiça não é normalidade. E o Público que identificou esta Xiconhoquice explica porquê: “dificilmente os idosos viajam nestas carreiras porque” há “uma instrução ao mais alto nível para os motoristas, em conluio com os cobradores, não transportarem pessoas de terceira idade”.

Acrescenta: “um idoso para ‘apanhar’ um autocarro tem de estar na companhia de jovens”. De outra forma fica em terra. No entanto, entrar no autocarro não representa, para os idosos da Manhiça, o fim dos dramas. Descer também é um martírio. Os dados indicam que muitos descem antes ou depois das paragens. Isso é mais do que Xiconhoquice. É um crime e, como sempre, ninguém será responsabilizado.

2. O apagão da incompetência

Não é um apagão de Maputo, mas do Estádio Nacional do Zimpeto. Aquela obra majestosa que, dizem as más línguas, não serve para nada. Foi um desperdício de dinheiro. Não era prioridade. As pessoas dizem tudo e podem não ter razão. Afinal é no Zimpeto onde os grandes jogos do decrépito futebol moçambicano acontecem.

No sábado, aconteceu mais um. O Maxaquene, campeão nacional, e a Liga Muçulmana, vencedora da Taça de Moçambique, lutavam pelo primeiro título da época. O insólito ou Xiconhoquice, de acordo com a preferência do leitor, aconteceu quando faltavam dois minutos para o apito final. Faltou luz no Estádio e na cabeça de quem zela por ele. Só isso explica que o combustível dos geradores tenha acabado.

O jogo terminou no dia seguinte só porque, no reino das Xiconhoquices, planificar é uma heresia. Os gestores, neste país ou feudo, cultivam o hábito do improviso e sujeitam terceiros à vergonha. Xiconhiquice mesmo…

3. O apagão da vergonha:

A cidade de Maputo debate-se com o problema de fornecimento de corrente eléctrica, numa dimensão jamais vivida desde que se instituiu o multipartidarismo. A Xiconhoquice instalou-se de uma forma que as saídas parecem nenhumas ou, aliás, há apenas uma solução, podendo faltar a coragem para aplicá-la: a demissão do Governo.

Só que, nas actuais circunstâncias, esperar que as coisas se ajustem por si, via força de hábito ou acomodação das pessoas, é deixar que uma infecção se torne purulenta e nos rebente na cara. O que acontece, efectivamente, é que qualquer que seja o destino a alcançar, o tempo necessário já vai em quatro vezes superior ao admissível.

Fala-se, aqui e ali, em sabotagem. Mas essa é uma desculpa esfarrapada. Um país que se preze não pode ficar refém da vontade de Xiconhocas e nem de desculpas do género. Uma empresa como a Electricidade de Moçambique (EDM), seja para o que for, tem de ter plano B, C, D, E, F…..

O tamanho do prejuízo da EDM não justifica, de forma alguma, a dimensão da tragédia que se abateu sobre Maputo. Não importa, agora, falar das perdas causadas pela Xiconhoquice, mas do que um dia poderá acontecer. Um dia acordamos prisioneiros no nosso próprio país.

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