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Vólei: Um desporto sem rumo

A cidade de Maputo é o único ponto do país cuja Associação de Voleibol é legalizada, ou seja, em todo o país só há uma associação reconhecida legalmente. Esta situação deve-se a aspectos ligados à organização dos mesmos e à falta de informação sobre a sua legalização.

Todavia há quem acusa a Federação de letargia e preocupada apenas em ganhar deles o voto durante as assembleias.

Foi nessa abordagem que a equipa do Jornal @Verdade visitou esta semana a Associação de Voleibol da Cidade de Maputo com o objectivo de perceber o estágio actual da modalidade.

Decorriam, quando decidimos visitar aquela agremiação, os jogos do Torneio de Abertura de Voleibol da Cidade de Maputo que se confundiam com um campeonato interno de voleibol da Escola Secundária da Manynanga, local onde decorriam os jogos.

Mahomed Afzal Vala, presidente da Associação, foi quem abriu as portas aos nossos repórteres para clarificar os pontos que inquietam a modalidade na capital e, duma forma geral, no país.

Soubemos primeiro de Mahomed Afzal que a Associação conta com 13 equipas inscritas em diversos escalões de ambos os sexos e anualmente todas disputam as diversas competições por si organizadas como é o caso do Torneio de Abertura que serviu mais de rodagem competitiva das equipas rumo ao Campeonato da Cidade marcado para breve.

Jogos Africanos

De tudo quanto se falou, quisemos saber do nosso entrevistado sobre qual teria sido o ganho com que o país ficou na modalidade. Objectivo, Mohamed respondeu que “o país ganhou mais experiência pelo simples facto de ter entrado em contacto directo com os outros países e procurado perceber um pouco mais sobre as suas etapas para chegarem ao nível em que estão” e nada mais além disso.

E porque o nosso país era o anfitrião, Mohamed explicou que as razões do insucesso em termos competitivos deveram-se à falta de organização, citando como exemplo a sua indicação para seleccionador nacional dos seniores masculinos a dois meses do início dos Jogos Africanos.

“Era muito difícil ter uma prestação positiva porque os nossos atletas tiveram apenas uma competição interna. Outro factor é o das nossas selecções que só tiveram um jogo de teste ao nível africano contra a Suazilândia na Escola Secundária Francisco Manyanga antes dos Jogos Africanos. Ou seja, estávamos condenados ao insucesso”, desabafa Mohamed.

O nosso entrevistado acha que o país podia ter feito muito mais se se tivesse organizado o suficiente. “Muitas equipas antes de virem a Maputo passaram por Quénia onde decorreu um torneio africano da Confederação Africana, mas o nosso país não participou e até hoje não sei porquê”, afirma.

Outro aspecto realçado por Mohamed é o do campo usado para a modalidade: “Os Jogos Africanos foram realizados no pavilhão do Maxaquene, piso que nunca tinha sido usado para o voleibol ao invés do pavilhão da Académica onde se praticava a modalidade com regularidade”.

Pós-Jogos Africanos

“O estágio do voleibol é mau. Nenhum passo foi dado ainda para que se possa progredir. A continuar assim nada vai mudar”, considera Mohamed, para quem os velhos problemas de natureza organizacional ainda se mantêm.

Cita a questão do patrocínio como o grande calcanhar de Aquiles por as equipas continuarem a suportar as despesas resultantes da modalidade como até para participarem num torneio organizado pela Federação que no fim não reembolsa o que foi gasto.

Isto, segundo Mohamed, faz com que as equipas mendiguem o patrocínio às empresas que por sua vez exigem resultados, o que é estruturalmente difícil.

Acerca dos campos, porque foi escolhido o pavilhão do Maxaquene para a realização dos Jogos Africanos da modalidade em contrapartida ao da Académica, soubemos do presidente da AVCM que a direcção da Académica decidiu encerrar as suas portas, alegadamente porque se sentiu traída, vendo-se a agremiação obrigada a procurar outro lugar e encontrado o pavilhão da Escola Secundária Francisco Manyanga com péssimas condições para a prática do voleibol.

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