Os doentes que perdem a vida no Centro de Saúde da vila-sede do distrito de Mossuril são mantidos nas enfermarias juntamente com os vivos, enquanto aguardam pela respectiva remoção, situação que resulta da falta de uma morgue naquela unidade hospitalar.
É uma questão que já tinha sido colocada pelos residentes da vila ao governador Filismino Tocole há, sensivelmente, dois meses, tendo na ocasião o governante deixado a recomendação para que as estruturas administrativas do distrito, intercedessem junto da Saúde para a mitigação do problema. Como saída alternativa para o problema, o governo do distrito de Mossuril construiu uma cabana, onde acondiciona os corpos enquanto esperam pelos familiares para as respectivas exéquias.
Trata-se de um espaço que não oferece condições de conservação dos cadáveres, o que obriga a que os enterros sejam feitos rapidamente, sob o risco de os corpos entrarem em decomposição. Ainda em Mossuril, os diagnósticos clínicos que carecem de uma radiografia como prova de sustentação, são adiados por vários dias devido à falta de um aparelho de Raio X naquela unidade hospitalar.
Dados disponíveis indicam que os doentes são obrigados a deslocarem-se aos hospitais de Ilha de Moçambique Nacala-porto ou ao Centro de Saúde da vila de Monapo, com todos os custos inerentes para uma população desprovida de recursos. Sobre a matéria, ficamos a saber que a Direcção Provincial de Saúde já enviou um aparelho portátil de radiografia, mas, como uma desgraça nunca vem só, o mesmo não tem operador para tomar conta dele, assim como falta espaço para colocar a maquinaria.
No que respeita à higiene e saneamento do meio, já que a região é propensa a doenças provocadas por fecalismo a céu aberto e falta de higiene colectiva, consta que foram construídas mais de 800 latrinas precárias, principalmente nas Escolas de nível primário.