A Polícia da República de Moçambique (PRM), deteve, quinta-feira, na cidade de Nampula, norte de país, vinte e um candidatos ao curso de Matemática, na Universidade Pedagógica – Delegação de Nampula, indiciados de crime de fraude académica.
Lucas Mangrasse, Director Pedagógico daquele estabelecimento de ensino superior, que confirmou o facto, disse, sem facultar mais dados, que o caso está a ser investigado pela PRM e que os indiciados foram encontrados na posse de enunciados e guias de correcção do exame. “Confirmo que algumas pessoas foram detidas por fraude académica, mas o assunto está nas mãos da Polícia”, disse Mangrasse em declarações ao matutino “Notícias”.
Num contacto com a imprensa, o Comandante da 1ª Esquadra da PRM em Nampula, Zacarias Mairosse, explicou que a denúncia da circulação ilegal da prova de Matemática foi feita pela própria Universidade Pedagógica. Segundo Mairosse, para confirmar a veracidade dos factos, os agentes da polícia de investigação simularam um falso interesse pela prova, desembolsando dois mil meticais para a aquisição do referido enunciado e respectivo guião de correcção.
Informações colhidas de alguns indiciados indicam que a maioria teve acesso ao enunciado de Matemática mediante o pagamento de valores que oscilam entre quinhentos a dois mil meticais, através de uma rede com ramificações bastante complexas. As diligências que se seguiram culminaram com a detenção de um professor daquela cadeira, que responde pelo nome de H. Capite, que negociava as provas ao preço de dois mil meticais.
Zacarias Mairosse revelou, que entre terça e quinta-feira, as investigações e buscas policiais culminaram com a detenção de pelo menos dezasseis pessoas, entre participantes e intermediários no processo de venda do enunciado e do respectivo guião de correcção. De acordo com a fonte, dentre os detidos, para além de professores, figuram gestores bancários. A polícia submeteu o caso, na mesma quinta-feira, à Procuradoria da República da cidade de Nampula para os subsequentes procedimentos legais.