Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

 
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‘@Verdade não vai cobrir as eleições gerais

'@Verdade não vai cobrir as eleições gerais

Uma das missões que assumimos desde o primeiro dia da nossa existência foi a de contribuir para a democratização da informação, razão pela qual procuramos estar na vanguarda, sobretudo nas questões de relevo em Moçambique, como é o caso da cobertura abrangente e isenta dos processos eleitorais.

Cobrimos, com sucesso, as eleições autárquicas de 2013, desde o recenseamento dos eleitores, visitámos 43 municípios onde, para além de reportarmos a realidade que se vive, falámos com os munícipes e apresentámos cada um dos candidatos, estivemos presentes na campanha, no dia da votação até a divulgação dos resultados.

Paralelamente, mobilizámos milhares de cidadãos nos municípios que, usando os seus aparelhos de telemóvel, assumiram o papel de observadores do escrutínio autárquico. Investimos numa plataforma tecnológica que nos possibilita receber, analisar e publicar os informes desses munícipes em tempo real e criámos o primeiro website independente, especificamente dedicado às eleições em Moçambique, e disponível em www.eleicoes.org.mz.

Foram cerca de 12 meses de trabalho da equipa do @Verdade, que é composta por mais de uma centena de profissionais moçambicanos que também levaram o jornal impresso a municípios onde nenhum outro órgão de informação chega regularmente.

O impacto do Jornal @Verdade surpreende-nos todos os dias com o crescimento do número de leitores das nossas edições impressas, apesar da redução da tiragem.

Também surpreendente é o número de moçambicanos que nos lêem online. No nosso website www.verdade.co.mz ultrapassámos as três milhões de visualizações em 2013 e na rede social http://www.facebook.com/JornalVerdade temos vindo a registar mais de 1,5 milhão todas as semanas.

Sem dúvidas que Moçambique teve, nas últimas eleições autárquicas, o escrutínio com melhor cobertura, mais transparente e com informação em tempo real sem ser através dos media controlados pelo partido no poder, em que ficaram evidentes e nalguns casos puderam até ser corrigidas atempadamente várias situações anómalas do processo eleitoral, isto porque “todos nós estávamos a observar”.

Toda essa cobertura implicou uma grande logística, sobretudo com vista a levar o jornal impresso com informação e educação a todos os distritos por nós visitados. E não foi apenas numa edição em que tal aconteceu, pelo contrário, levou-se a cabo um trabalho de vários meses. Essa logística envolve elevados custos. Eleições Justas e Transparentes são bastante onerosas. A Democracia absorve grandes somas em dinheiro.

@Verdade investiu sempre os seus recursos financeiros pois acredita que a Democracia faz-se muito antes do dia da votação, e deve ocorrer todos os dias.

Era nosso propósito cobrir as eleições gerais de 15 de Outubro no contexto da sua dimensão, visitando de forma independente todos os distritos de Moçambique para melhor podermos questionar as propostas dos candidatos e confrontá-las com a realidade. Pretendíamos levar mais exemplares d´@Verdade aos moçambicanos que vivem fora das capitais provinciais onde não existe acesso a nenhum meio de informação independente.”.

Infelizmente, não obstante o trabalho já realizado por esta equipa de profissionais independentes, nenhum dos parceiros que habitualmente apoiam a nossa jovem democracia se dispôs a ajudar o @Verdade.

Acreditamos que cobrir as eleições gerais apenas nas capitais provinciais não é saudável para a nossa jovem Democracia e iria contribuir para legitimar um processo que, pela sua natureza, em Moçambique, tem tendência para ser pouco transparente, livre, justo e problemático, quanto mais longe das capitais provinciais se está.

Por isso, o Jornal @Verdade, não se encontrando em condições de chegar aos eleitores nos locais mais recônditos do país, decidiu que não vai participar na cobertura dos pleitos de 2014. Por outro lado, estamos a ser obrigados a mudar de local da nossa sede, que não é própria, em Maputo, e por isso decidimos migrá-la para a zona norte de Moçambique onde o acesso à informação independente ainda não existe.

Estamos a fortalecer-nos e continuaremos a trabalhar com a mesma dedicação, todos os dias, pois o desafio de levar informação independente e isenta ao povo moçambicano ainda se mostra longe de estar concluído.

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