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Venezuelanos invadem ruas para cortejo do caixão de Chávez ao museu

Centenas de milhares de venezuelanos voltaram às ruas, esta Sexta-feira (15), numa procissão funerária para Hugo Chávez em meio a protestos da oposição de que o governo estava a explorar a sua morte para fins eleitorais.

O corpo de Chávez seria levado cerca de 20 quilómetros pelas ruas de Caracas, desde uma academia do Exército até um museu militar numa colina onde o ex-soldado lançou a sua carreira política com um golpe frustrado em 1992.

Um funeral de Estado foi feito há uma semana. Os eventos da Sexta-feira foram o ápice de 10 dias de luto oficial na nação sul-americana, liderada durante 14 anos pelo presidente socialista até à sua morte, vítima de cancro.

“Você é um gigante..voe alto e forte, nós cuidaremos da sua pátria e defenderemos o seu legado”, disse a sua filha María Gabriela numa cerimónia religiosa antes do início da procissão.

Embora o corpo seja colocado por enquanto no museu à beira do bairro populoso 23 de Janeiro – notavelmente, a região mais militantemente pró-Chávez na Venezuela – ainda restam dúvidas sobre o local final para o seu descanso.

O governo queria embalsamar Chávez “pela eternidade”, ao estilo dos líderes soviéticos Lênin e Stálin e do chinês Mao. Mas, constrangedoramente para a Venezuela, as autoridades disseram que o processo foi iniciado tarde demais e pode não ser possível.

O Parlamento deveria debater uma moção, esta semana, para uma emenda na Constituição para que o corpo de Chávez seja colocado no Panteão Nacional, perto dos restos mortais do seu ídolo, o herói da independência sul-americana Simon Bolívar. A Constituição estabelece que a honraria só pode ser concedida para líderes 25 anos após a sua morte.

Mas o debate foi adiado em meio a conversas de que o corpo de Chávez pode ser levado para sua cidade-natal, Sabaneta, nos “llanos”, ou planícies, venezuelanas, cumprindo o seu desejo de descansar ao lado da avó que o criou numa casa de chão de barro. Multidões de “chavistas” encheram as ruas para a procissão da Sexta-feira.

Alguns usavam bandanas com o nome do presidente interino Nicolás Maduro, nomeado por Chávez como seu sucessor. Ele é o favorito para as eleições de 14 de Abril. “Chávez, prometo, o meu voto é para Maduro”, dizia uma bandana, repetindo um slogan em comícios pró-governo.

“Proselitismo perverso”

A oposição, cujo candidato presidencial Henrique Capriles enfrenta uma dura batalha para derrotar Maduro em meio a tanta emoção por Chávez, diz que o governo está a prolongar de maneira sentimental o luto e a explorar o seu caixão como uma peça de campanha.

Capriles, um governador de 40 anos que vê o Brasil como modelo político e económico, pretende começar a fazer campanha pelo país no final da semana.

“Pedimos aos que estão a usar indiscriminadamente o nome do presidente para a obtenção de votos que parem esse método perverso de proselitismo eleitoral”, dizia um comunicado da oposição.

“Vamos ter uma campanha decente, sem vantagens injustas ou abusos do poder”. Chávez morreu no dia 5 de Março, aos 58 anos, depois de uma batalha de quase dois anos contra o cancro.

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