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Impasse impede eleição de presidentes da Câmara e do Senado na Itália

O novo Parlamento da Itália reuniu-se, esta Sexta-feira (15), pela primeira vez desde as inconclusivas eleições gerais de Fevereiro e não houve acordo para eleger os presidentes da Câmara e do Senado.

Embora tenha formado a maior bancada na Câmara, o bloco de centro-esquerda não conseguiu maioria no Senado e há a possibilidade de que o país tenha que voltar às urnas. O líder centro-esquerdista Pier Luigi Bersani foi esnobado nos seus acenos ao alternativo Movimento 5 Estrelas e descartou formar uma aliança com o bloco centro-direitista do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

“Estamos preparados para qualquer coisa”, disse a líder do 5 Estrelas na Câmara, Roberta Lombardi, ao ser questionada sobre a perspectiva de novas eleições. Só depois das eleições dos presidentes da Câmara e do Senado o presidente da República, Giorgio Napolitano, poderá iniciar consultas formais com os dirigentes partidários para a criação de um novo governo.

Depois do impasse, esta Sexta-feira, os 630 deputados e 315 senadores farão novas votações. Em comentário feito pelo Facebook, Berlusconi acusou o Partido Democrático, de Bersani, de realizar “manobras tácticas irresponsáveis” que “ignoram o resultado eleitoral”.

O ex-primeiro-ministro criticou Bersani por rejeitar a sua proposta para formar um governo reunindo esquerda e direita.  Os empresários, banqueiros e governos estrangeiros manifestam a esperança de que a Itália consiga formar um governo estável, capaz de reformas que tirem a terceira maior economia da zona do euro da estagnação.

O comediante Beppe Grillo, líder do 5 Estrelas, que formou a terceira maior bancada nas eleições de Fevereiro, diz que rejeita qualquer acordo que não resulte num governo comandado por seu movimento político. Grillo não disputou as eleições directamente e, por isso, é o único líder partidário que não tem assento parlamentar.

Os demais líderes compareceram à sessão desta Sexta-feira, excepto Berlusconi, que teve alta no mesmo dia após uma semana de tratamento para um problema ocular. Uma pesquisa publicada esta Sexta-feira mostrou que o 5 Estrelas preservou o seu nível de apoio nas três semanas desde as eleições, o que indica que uma repetição do pleito poderia produzir um resultado semelhante.

Se os partidos não conseguirem formar um governo, Napolitano pode convocar alguém de fora deles para tentar formar um gabinete tecnocrata, a exemplo do que governa actualmente, sob o comando de Mario Monti. Mas não há garantia de que desta vez os partidos aceitariam esse arranjo.

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