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Vedação do Jardim Zoológico arranca em Abril

A Associação Jardim Zoológico de Moçambique (AJZM) afirma estarem criadas todas as condições financeiras para o arranque das obras de construção do muro de vedação da parte traseira do jardim, avaliadas em 140 mil dólares norte-americanos (pouco mais de quatro milhões de meticais).

Entretanto, o arranque da construção do muro só poderá acontecer após a abertura da segunda faixa da avenida Joaquim Chissano prevista, em princípio, para fins de Março ou início de Abril, porque, segundo a AJZM só depois de aberta aquela rodovia é que se estará em condições de avançar com as obras.

A construção do muro de vedação, com 700 metros de comprimento, e que devera durar cerca de seis meses, constitui a primeira de uma série de intervenções que a associação pretende realizar nos próximos anos, com vista a reabilitar e modernizar o jardim zoológico que, tristemente, está a conhecer uma degradação acentuada para não falar da presença quase nula da fauna. António Branco, Presidente da associação, garantiu que já estão criadas as condições financeiras para tal.

“A associação conseguiu angariar apoio financeiro para edificar o muro de vedação da parte traseira do jardim, com 700 metros de comprimento”, disse Branco, frisando que o muro não só vai melhorar os níveis de segurança, mas também travar a onda de ocupações ilegais do espaço reservado ao jardim. O jardim, forte atractivo em tempos recuados, com pouco mais de 300 espécies de animais, tanto as de pequena quanto as de grande porte, ocupava uma área de 68 hectares.

Porem, a zona nobre e a reserva verde sofreram uma terríve redução em consequência da guerra dos 16 anos. Na altura, as famílias que fugiam das zonas fortemente sacudidas pelo conflito à cidade ocuparam, de forma desordenada, parte substancial do zoo criando um autêntico aglomerado populacional, restando hoje apenas 42 hectares. Aliás, os residentes da área ocupada clandestinamente até usam a entrada do jardim para ir e voltar à casa, como se de um caminho se tratasse mas, António Branco afirma que nas condições em que o zoo se encontra, sem vedação, é difícil senão impossível proibir as pessoas de fazer do jardim um caminho.

Todavia, Branco acredita que as obras vão reduzir a crescente onda de desmandos que se assistem e dar maior segurança e integridade as espécies que ainda restam, nomeadamente um grande hipopótamo, crocodilos, macacos, aves cujo número aumentará quando o jardim estiver completamente reabilitado. O Presidente disse, a título de exemplo, que um trabalhador do jardim foi agredido na noite de Quarta-feira, por um grupo de indivíduos que atormentam aquele aglomerado e, nalguns casos, se refugiam no jardim, situação que coloca também em risco as espécies animais.

“Temos que vedar o jardim, porque sem ele nem sequer podemos pensar no repovoamento animal, pois estaríamos a colocar as espécies em risco”, disse Branco. O Presidente disse, no entanto, que mesmo quando a vedação estiver completamente concluída, a AJZM não pensa em repovoar o zoo com elefantes, rinocerontes, búfalos e outras espécies de grande porte, porque ao abrigo da convenção internacional a colocação desses animais em cativeiro implica, por outro lado, a criação de maior espaço para a sua movimentação.

A associação pensa, isso sim, em espécies como aves, antílopes, répteis (cobras, lagartos, etc) bem como reduzir o número da população de crocodilos existentes (cerca de 27) sem, no entanto, implicar o abate, mas a venda para organizações que se dedicam a criação deste tipo de animais.

Nessa altura, o zoo servirá tanto como lugar de laser quanto educativo, porque as pessoas sobretudo as crianças que nunca viram algumas espécies, salvo em televisão e livro, poderão saber muito mais sobre o papel preponderante que desempenham no equilíbrio ecológico. Branco disse, no entanto, ser importante que se capitalize o valor educativo que o zoo irá proporcionar.

Jardim Zoológico aparecerá com uma área social

António Branco revelou que o projecto de reabilitação do zoo contempla, igualmente, a criação de uma área social, infra-estruturas comerciais, que actualmente não existem no aglomerado populacional, mas que podem alimentar tanto os visitantes do jardim quanto os “ocupantes” do zoo, fornecendo diversos bens de consumo. O restaurante do jardim, outrora famoso pelo leite fresco e uma variada gama de bolos, está totalmente decrépito, com plantas a germinarem mesmo na sua parte.

As paredes cheias de fissuras, portas velhas e outras marcas de um cenário desolador. Todavia, o Presidente da associação disse que será aberto um concurso público para seleccionar um interessado em reabilitar e explorar aquele espaço de laser que, em tempos, atraiu crianças hoje na sua juventude, mas que gostariam de resgatar na retina a bela imagem sepultada na memória.

Cimentar a parceria com a UEM

O Presidente da associação disse que os estudantes do curso de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a maior e mais antiga instituição de ensino superior no país, têm realizado estudos práticos no zoo, observando a saúde dos animais sempre que houver necessidade. Desta feita, a associação pretende criar, no futuro, uma relação de ganhos recíprocos entre as duas entidades, gesto que, segundo Branco, vai gerar benefícios mútuos.

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