Deverão ser conhecidos em Junho próximo resultados de um estudo visando a identificação das reais condições agro-hidrológicas da região de Cateme, em Tete, onde a população ali reassentada as considera impróprias para a prática agrícola.
O estudo está a ser desenvolvido pela companhia canadiana Golder Associates, contratada pela Vale Moçambique, exploradora dos jazigos de carvão mineral no distrito de Moatize, de onde foram movimentadas aquelas populações.
De acordo com Gabriele Maraviglia, representante da Golder Associates, para além de a região ser considerada imprópria para a agricultura, as cerca de 750 famílias deslocadas acusam a Vale de não ter mandado instalar rede de abastecimento de água potável para consumo humano.
Estes dois problemas, associados à alegada má qualidade das habitações atribuídas, estiveram na origem de manifestações daquelas famílias que culminaram com a morte de, pelo menos, um camponês e vários feridos, na sequência da intervenção da “solícita” Força de Intervenção Rápida (FIR), sempre disposta a “acarinhar” o “maravilhoso povo” quando reivindica seja o que for, mesmo pacificamente.
Estudo confirma
Entretanto, resultados preliminares do referido estudo confirmam que a região não é apropriada para a prática da agricultura tradicional usada por aqueles camponeses, mas sim, para agricultura industrial.
A pesquisa recomenda o envolvimento directo daquele grupo de famílias “em vários projectos e programas” a serem implantados pela Vale Moçambique em Cateme em compensação aos reassentados, segundo ainda Maraviglia.
A Golder Associates tem a sua sede no Canadá e dedica- se à elaboração de estudos do impacto ambiental e trabalhos geotécnicos em cerca de 100 países.
