Cerca de 17,4 milhões de dólares norte-americanos estão a ser aplicados até 2014 em acções de construção de silos para armazenamento de cereais comercializados junto de produtores do sector familiar no país. A finalidade da acção é proceder ao acondicionamento dos excedentes agrícolas dos camponeses comprados a preços melhorados, para, desta forma, os produtores do sector familiar deixarem de vendê-los fora do país em circuitos ilegais, segundo José Meque, director do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM).
Meque estimou em “quantidades elevadas de milho e outros produtos agrícolas” que são transaccionadas ilegalmente nos países vizinhos, “porque nós, o Estado, não temos silos para comprar todo o excedente para posterior armazenamento e venda já na época de surgimento de bolsas de fome e de emergência no país”.
O comércio ilegal de cereais tem sido frequente no Norte e Centro de Moçambique e Malaui e Zâmbia têm sido os países mais envolvidos no esquema, “uma vez que se antes éramos nós, os moçambicanos, que levávamos o milho e outros produtos para aqueles países, agora são operadores locais que vêm a Moçambique para aliciarem os camponeses, praticando preços relativamente elevados que os nossos”.
Até 2014 deverão ser construídos cerca de 40 silos com capacidade total de 39 mil toneladas de cereais e os mesmos serão geridos por privados a serem seleccionados em concurso público, de acordo igualmente com o director do ICM, falando esta segunda-feira, em Maputo, à margem de um seminário nacional sobre a comercialização agrícola ainda ontem terminado.
No seu discurso de abertura do encontro, António Fernando, ministro da Indústria e Comércio, realçou o facto de a rede comercial moçambicana estar a crescer nas zonas rurais através do registo dos operadores do sector informal em formal, simplificação de procedimentos de licenciamento das actividades económicas, bem como reflexo da implementação da estratégia visando melhoria do ambiente de negócios.