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Uma mulher que calcorreia os púlpitos da vitória

Uma mulher que calcorreia os púlpitos da vitória

A conceituada pedagoga musical moçambicana, Sónia André, através da curta-metragem Mwany, de Nivaldo Vasconcelos, sobre a sua vida, conquistou mais um prémio de melhor actriz no Brasil.

Tivemos, na edição de 13 de Dezembro de 2013, a oportunidade de emitir um texto para o estimado leitor sobre os desdobramentos que se geram em torno da curta-metragem Mwany, de Nivaldo Vasconcelos, sobre a vida e obra da moçambicana Sónia André, que rumou para aquele país a fim de frequentar o ensino superior. Concluímos aquela matéria reconhecendo que havia “muitos aspectos em torno dessa produção cinematográfica – a partir da forma como Nivaldo Vasconcelos, o director da obra, se aproximou de Sónia André gerando a cumplicidade que contribuiu para o advento de Mwany – que só podem ser respondidas conversando-se com ambos”.

Nesse sentido, e porque na altura já falávamos de uma certa aflição na terra da Mwany que – em relação a este filme – é traduzida pela não satisfeita vontade de vê-lo, não obstante as críticas favoráveis que se nos chegam através de vários canais, mas também porque havíamos feito a promessa de, neste ano, realizarmos uma entrevista com Sónia André e Nivaldo Vasconcelos, a fim de perceber aspectos afins, retomar este assunto, neste espaço quase vago, é uma experiência nostálgica.

Satisfaz-nos saber que – através de Sónia André – a nação moçambicana também é glorificada no mundo. Mas, ao mesmo tempo, a impossibilidade de vivenciar essas experiências entristece-nos. É por aí que começa a nossa melancolia. E ainda bem que, lá no Brasil, se encontra Ricardo Lessa Filho que nos compreende, consolando-nos com os seus dizeres. “O verdadeiro espaço de Sónia André jamais poderá ser substituído pelo tempo. É um espaço, hoje, para ela inabitável enquanto estiver presente em Maceió: porque esse ‘verdadeiro espaço’ é o chão africano, o solo de Moçambique”.

Recorde-se de que, neste tempo em que está fora de Moçambique, Sónia André tem estado a representar com dignidade o povo moçambicano através das artes/¬cultura, o que, em 2013, criou as condições para a geração do filme Mwany, sob a direcção do realizador alagoense Nivaldo Vasconcelos. A obra foi classificada na categoria de Melhor Filme Curta-metragem Nacional no Festival de Cinema de Penedo, incluindo outras seis categorias do Festival de Cinema Sururu, uma das quais a consagra como melhor actriz do ano passado. Por estas e outras razões, naquele mesmo período, estavam criadas as condições para que se alistasse o nome de Sónia André para concorrer no IX Prémio ESPIA da Cultura – 2013, mais uma vez, na categoria de melhor actriz em que, pela segunda vez, se sagrou vencedora.

Explique-se que no começo de 2013 “parecia que tudo não tinha sentido, não tinha rumo, que parecia desabar, mas com a força divina do meu Deus que é maior, não se permitiu que acontecesse nada de mal”. É desse modo que – além de celebrar as conquistas que resultaram das suas realizações – Sónia André expressou o seu agradecimento a toda a sua esfera de influência. Através da página do Facebook de Lusitano Pierre Macuvele, um moçambicano que vivendo no Brasil, além de se congratular com os feitos de Sónia André, também contribuiu para a campanha rumo a esta vitória, pode-se ler esta mensagem de Chico Assis:

“Parabéns à Sónia! Você possui um grande talento. Moçambique deve ter muito orgulho de Sónia André, por tudo o que ela representa. Ela tem-se destacado no Brasil pela capacidade criativa, competência e determinação com que desenvolve os seus trabalhos. Possuidora de um carisma e simpatia contagiante, André conquista todos que a cercam”. “Os seus prémios – os conquistados no Brasil – são o produto do que faz por aqui. Sou testemunha disso, pois já trabalhámos juntos. Portanto, o seu país, Moçambique, está de parabéns duplamente, pelos prémios e pela Sónia André”.

“Esse filme, Mwany, guarda todo o meu afecto em relação a Sónia André, Thandy, a filha de Sónia, Alice Jardim, a directora fotográfica do filme, entre outros”, referiu o realizador do documentário, Nivaldo Vasconcelos, que em relação ao Festival do Cinema Sururu afirma que o mesmo desperta em si, um sentimento especial. Todos “estamos lá, inteiros, vivos e cheios de arte”. É nesse sentido que, com esta conquista, cujos resultados foram divulgados – os prémios serão entregues no dia 30 de Janeiro – Sónia André inicia o ano novo a calcorrear a tribuna da vitória.

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