Os últimos dados da Sociedade Americana de Cancro apontam que o tabaco pode provocar a morte a seis milhões de pessoas em todo o mundo no próximo ano (2010). Em 2020, o número vai aumentar para sete milhões e para oito milhões em 2030, de acordo com o novo atlas do tabaco apresentado pelos especialistas norte-americano.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o tabagismo como uma doença transmissível que se transmite através de publicidade, promoção e patrocínio. Segundo os dados da OMS, o tabaco mata anualmente mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo, e mais de metade destas mortes ocorre em países em vias de desenvolvimento, como é o caso de Moçambique.
No caso concreto de Moçambique, embora os dados sobre mortes por consumo de tabaco sejam escassos, especialistas na área de doenças cancerigenas aplaudem o decreto 11/2007 de 30 de Maio do Conselho de Ministros que baniu a publicidade de tabaco em todos os meios de comunicação social, em painéis, cartazes, em murais, entre outros.
É verdade que o decreto em si não resolve o problema, daí a necessidade do empenho de quem de direito na sua fiscalização e a colaboração de todos os moçambicanos para a redução do consumo do tabaco. Em Portugal, por exemplo, os números apontam para cerca de 12 mil mortes por ano provocadas pelo consumo de cigarros, segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias.
Teles Araújo, do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, é citado pelo jornal Diário de Noticias (DN)como tendo dito que os cigarros são a primeira causa prevenível de cancro. Um terço dos seis milhões de mortes previstas serão devido ao cancro. Em Portugal, pensa-se que “11 por cento dos fumadores desenvolvem cancro do pulmão”, indica, por seu turno, Ricardo da Luz, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), também citado pelo DN.
Mas o cancro não é a única causa de morte dos fumadores. Também as doenças cardiovasculares e pulmonares foram tidas em conta no estudo mundial. Por isso, o presidente da SPO lembra que “não fumar é a primeira forma de evitar doenças”. O especialista considera ainda que os fumadores estão conscientes dos problemas de saúde associados ao tabaco. Porém, “têm uma certa tendência a esquecer isso, para não pensarem que são os responsáveis pelo próprio problema de saúde”, acrescenta.
Conhecido o efeito dissuasor da aplicação da lei do tabaco, Ricardo da Luz refere que “é necessário que as leis sejam mais restritivas”. “Tudo o que contribua para a diminuição do consumo de tabaco é fundamental”, adianta. Em Portugal, o consumo de cigarro em locais públicos foi banido em Janeiro de 2008.