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Último adeus ao jornalista Cremildo Muando

Familiares, amigos e colegas de profissão renderam, hoje, em Maputo, a última homenagem ao jornalista da Rádio Moçambique (RM), Cremildo Muando, falecido na passada segunda-feira, no distrito de Boane, província de Maputo, e que foi a enterrar no Cemitério de Lhanguene.

Cremildo Muando perdeu a via no hospital de Boane para onde se deslocara para consulta após se sentir mal. No último adeus a Cremildo Muando, cujo velório ocorreu nos Paços do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, familiares, amigos e colegas enalteceram as suas qualidades, sublinhando inúmeras vezes que o país perdeu um “bom filho”. Os familiares, na sua mensagem, caracterizaram o malogrado como um homem respeitoso, obediente, comunicativo, alegre e sempre preocupado em ajudar e criar um ambiente de concórdia.

“A tua morte, Cremildo, abre um buraco profundo no coração de todos os teus familiares”, frisaram. Por sua vez, o Administrador para a área de produção e comercial da RM, Sauzane Jeque, disse, na ocasião que, Cremildo Muando sempre foi ‘dinâmico, voluntarioso e audaz, com capacidade de observar e escrever o que via a sua volta, dando sinais de que era um repórter promissor”. Cremildo Muando, quando ainda era jornalista júnior da RM, foi um dos pioneiros das reportagens em directo para um programa informativo ligado à “Onda Matinal”, actual “Jornal da Manhã”.

“Cremildo Muando sempre foi empenhado, sério e mostrou brio profissional, o que o levou a ser editor e apresentador do RM Jornal, o mais importante serviço noticioso daquela estação”, frisou. Falando em representação do Conselho de Administração da RM, Jeque sublinhou que o malogrado não escondia as suas preferências políticas, “mas sempre soube separar a sua simpatia partidária com o trabalho jornalístico”. “Era imparcial na abordagem dos assuntos, o que era a sua maior qualidade. Primava pela observância dos princípios éticos e deontológicos e buscava saber sempre mais”, referiu. Muando foi deputado da Assembleia Municipal da Cidade de Maputo pela Frelimo.

Por sua vez, o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), na sua mensagem, refere que os profissionais de comunicação social vão continuar com os ideiais de Muando, como forma de o imortalizar. Enquanto isso, o Conselho Superior de Comunicação Social (CSCS), órgão a que foi membro, o caracterizou como um sindicalista entregue a causa dos seus colegas. Cremildo Muando encontrou a morte quando estava ao serviço da Frelimo, partido no poder em Moçambique. Na ocasião, a Frelimo garantiu que vai continuar com as tarefas por ele iniciadas e que “todos perderam com a sua morte”.

O Edil de Maputo, David Simango, sublinhou que “o teu legado ficará connosco”. Cremildo Muando nasceu a 9 de Maio de 1965, na cidade da Maxixe, província meridional de Inhambane, tendo vivido parte da sua infância na capital do país, Maputo. Em 1971 iniciou a sua escolarização primária na então Escola Paiva Manso, actual Escola Primária Completa do Alto – Maé, tendo mais tarde ingressado para a Escola da Polana e depois escola da Maxaquene, onde fez o ensino secundário e pré-universitário, respectivamente.

Em 2004, ingressou na Universidade Eduardo Mondlane (UEM) para frequentar o curso de licenciatura em Jornalismo, na Escola de Comunicação e Artes. Até a data da sua morte estava a concluir o seu trabalho de fim de curso. Ingressou no jornalismo em 1978, num jornal de parede, tendo em 1984 entrado para o quadro da Rádio Moçambique, a emissora pública nacional.

Durante a sua vida profissional, desempenhou várias funções em instituições ligadas ao sector de comunicação social, como no CSCS e SNJ, bem como na sua vida política, onde foi destacado em várias actividades no partido Frelimo.

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