Cerca de 18 milhões de pessoas estão a ser atingidas pela crescente escassez de alimentos na região do Sahel da África, disseram os doadores internacionais e activistas, esta Segunda-feira, pedindo medidas urgentes para evitar a fome em massa na vasta região ao sul do deserto do Sahara.
O apoio imediato poderia ajudar as pessoas a evitar terem que comer as suas reservas de sementes ou venderem ferramentas agrícolas para comprar comida, afirmou a Comissão Europeia numa reunião de agências de ajuda humanitária e doadores.
“É nossa última oportunidade de chegar às pessoas quando a crise atingir o pico. Neste momento, as pessoas em Sahel estão a começar a raspar o fundo dos seus depósitos de cereais vazios”, disse a comissária europeia de ajuda humanitária, Kristalina Georgieva, num comunicado.
Os líderes de países do Sahel e doadores como a União Europeia e a USAID reuniram-se em antecipação ao pico da “temporada da fome” regional, agravada, este ano, pela falta de chuvas do ano passado em todo o cinturão do Sahel.
Além da escassez de alimentos, o Sahel enfrenta riscos de segurança crescentes depois de uma tomada rebelde no norte do Mali ter encorajado militantes regionais.
A Comissão Europeia prometeu 40 milhões de euros (50,5 milhões dólares) de ajuda humanitária adicional para a região, elevando o total do bloco de 27 membros para 337 milhões de euros, sendo que uma parte é destinada a fornecer alimento e abrigo para 400.000 pessoas deslocadas pelo conflito no Mali.
A agência de ajuda Oxfam insistiu que os doadores na reunião preencham um “enorme déficit de financiamento” para combater a fome no Sahel.