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Turberculose: Moçambique é um dos países com um elevado índice de mortalidade

Moçambique ocupa o terceiro lugar na lista dos países que possuem o índice mais elevado de mortalidade devido à tuberculose. Todos os anos, em cada 100 mil habitantes, 431 pessoas contraem a doença. João Augusto é um exemplo de quem sobrevive à doença.

Há pouco mais de dois meses, João Augusto, de 33 anos de idade, descobriu que tinha tuberculose. Mas, antes de lhe ser diagnosticada a doença, foi ao hospital a fim de saber do seu estado de saúde, longe de pensar que carregava, no corpo, o bacilo de Koch. Depois dos exames ficou internado no Hospital Central de Maputo, devido ao seu debilitado estado de saúde.

Volvido algum tempo, o jovem Augusto recebeu alta e voltou para casa, embora ainda com mazelas. Em casa, tossia constantemente o que o impedia de dormir durante a noite. Contudo, o que despertou a sua atenção foi o escarro que certa vez expeliu depois de muito tossir.

“O escarro era muito estranho e tinha uma cor muito esquisita”, conta. Dias depois, foi levado ao hospital, onde viria a saber que contraiu uma tuberculose, tendo iniciado de imediato o tratamento, por sinal gratuito, no Centro de Saúde de Xipamanine.

“Hoje tenho seguido a indicação médica e todos os dias dirijo-me à unidade sanitária para tomar os comprimidos”, diz. Porém, afirma que encontra dificuldades no hospital, visto que são muitas as pessoas que padecem de tuberculose que procuram tratamento naquela unidade sanitária, o que o obriga a ter de se levantar, todos os dias, muito cedo. “Tenho de madrugar para ser atendido às primeiras horas e não posso chegar ao local depois das cinco horas. Fica difícil ser atendido.”

Além disso, viver com a doença não tem sido fácil para João. No dia-a-dia, tem enfrentado diversos obstáculos, sobretudo no que respeita à alimentação adequada. Os médicos recomendam uma alimentação regrada, mas nem sempre João pode dar-se ao luxo de segui-la, uma vez que parou de trabalhar devido à doença.

“No hospital recomendaram-me o consumo de fruta, mas não o faço por falta de dinheiro”, afi rma acrescentando que “também dizem para evitar comida conservada na geleira, mas acabo por comer porque não tenho outra alternativa”.

Presentemente, com a aparência melhor, João conta que cumpriu a primeira parte do tratamento, razão pela qual já não se dirige à unidade sanitária para se medicar, estando a fazê-lo em casa e promete continuar de modo que, até ao sexto mês, período que dura o tratamento da doença, esteja de boa saúde.

A situação em Moçambique

Dados existentes dão conta de que o país está em terceiro lugar na lista dos que possuem índices mais elevados de mortalidade devido à tuberculose. E, todos os anos, em cada 100 mil habitantes, 431 pessoas contraem a doença. Estima-se que 96 mil mulheres – quase o dobro do número dos homens – contraem a tuberculose todos os anos.

A tuberculose é considerada a segunda doença infecciosa que mais mata no mundo depois do HIV/SIDA. Ela espalha-se através do ar facilitando a contaminação, em particular nas pessoas cujos sistemas de defesa do organismo se encontram enfraquecidos, incluindo as camadas carenciadas e desfavoráveis.Com a inauguração do Laboratório Nacional de Referência contra a Tuberculose, em Fevereiro último, em Maputo, a luta contra esta doença ganhou uma nova dinâmica este ano.

Trata-se de uma infra-estrutura reabilitada com fundos do Governo norte-americano, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A ajuda do EUA inclui ainda a formação de trabalhadores da Saúde, tratamento para casos de tuberculose provocada pelo HIV e apoio a activistas comunitários em 23 distritos, benefi ciando 4.4 milhões de pessoas.

Refira-se que a USAID trabalha em 40 países, incluindo Moçambique, apoiando os programas nacionais de combate à tuberculose para que os mesmos sejam capazes de disponibilizar serviços de alta qualidade para detectar e tratar a tuberculose no seu estágio inicial, visando prevenir novos casos e o desenvolvimento da resistência aos medicamentos.

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