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A voz do Editor: Tudo é possível

“Num cenário de guerra aparente, basta que seja decretado o Estado de Sítio, para o PR em exercício continuar Chefe de Estado por tempo indeterminado”, escreveu o meu amigo Edgar Barroso no seu mural e eu fiquei intrigado.

Ao ler as notícias sobre o que se passa em Múxunguè fico ainda mais intrigado e convicto de que podemos estar diante da possibilidade de mais um esquema ardiloso congeminado no esgoto da sacanice. Ou seja, para que tal cenário se confirme é, primeiro, necessário que os homens da Renamo pareçam ou sejam, de facto, uma ameaça efectiva.

As mortes dos “agentes” da FIR, aos olhos da opinião pública, deixam transparecer essa ideia de que realmente os homens da Renamo são uma ameaça. No entanto, uma leitura mais atenta ao cenário revela dados curiosos. Os tais agentes da FIR só treinaram três meses. Os homens que prestam depoimentos e revelam a violência da acção da Renamo, agentes de uma polícia famosa pelo seu hermetismo em relação a tudo que lhe diz respeito, relatam de forma pormenorizada a crueldade do acto.

Não creio, de forma alguma, que a PRM permitiria, sem tirar partido do sucedido, uma exposição da fragilidade da corporação. É inconcebível e os exemplos recentes não me deixam mentir. Quando pretendeu usar a pista em Marrínguè agentes da FIR perderam a vida. Não houve nenhum pronunciamento oficial ou dos feridos. Em Nampula só tivemos a informação de baixas da FIR, no ataque a sede da Renamo, pela boca dos membros do maior partido da oposição.

A PRM jamais falou de baixas. Estranhamente, agora, no caso de Múxunguè, há um grande interesse em revelar baixas e até em colocar agentes feridos diante das câmaras das televisões nacionais. Esse sinal é estranho e pode esconder várias coisas. Não posso, de todo, afirmar que estamos diante de um ardil para, através de um aparente extremar de posições belicistas, eternizar o poder do Chefe de Estado, mas é uma hipótese a ter em conta…

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