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Tropas sul-africanas salvaram primeiro-ministro do Lesoto de golpe de Estado

As forças especiais da África do Sul atravessaram, sábado, a fronteira do Lesoto para socorrer o primeiro-ministro, Tom Thabane, sitiado pouco antes de a sua residência ser invadida numa tentativa de golpe de Estado, escreveu, domingo (31), o jornal Sunday Times.

Citando fontes não identificadas, o jornal revela que as forças sul-africanas, baseadas na cidade de Phalaborwa, entraram, na tarde da sexta-feira, no Lesoto, um pequeno país encravado no interior da África do Sul.

Pretória tentou nas últimas semanas alcançar um acordo de paz depois da dissolução do Parlamento, pelo primeiro-ministro Thabane, depois de rumores indicando que os deputados iriam votar uma moção de censura contra ele.

Thabane confirmou que estava em segurança na África do Sul e que foi “destituído do poder não pelo povo mas pelas Forças Armadas”. O partido no poder na África do Sul, o Congesso Nacional Africano (ANC), apelou ao Exército do Lesoto para regressar aos quartéis e permitir ao Governo continuar as suas funções.

“O ANC condena qualquer tentativa de tomada do poder por meios anti-constitucionais”, declarou o porta-voz, Ziz Kodwa. Enquanto isso, Clayson Monyela, porta-voz do departamento sul-africano das Relações Internacionais, disse que as operações levadas a cabo pelo Exército do Lesoto apresentavam os sinais dum golpe de Estado, mas acrescentou que “a situação está ainda imprecisa”.

Mmusi Maimane declarou, sábado, que o chefe da oposição parlamentar da Aliança Democrática da África do Sul considerou que qualquer acção militar susceptível de manchar e ameaçar os ideais democráticos e constitucionais deve ser condenada.

Ele exortou a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a convocar rapidamente uma reunião do seu órgão para as questões políticas, de defesa e cooperação em matéria de segurança para elaborar um roteiro da paz com vista a uma resolução diplomática.

“A situação crítica no Lesoto não pode ser percebida como estranha à África do Sul. Com culturas e fronteiras comuns e o papel desempenhado pelo Lesoto durante a luta para a democracia, a África do Sul tem o dever de intervir para alcançar uma resolução do conflito em curso. A SADC deve intervir por vias diplomáticas, com vista a garantir a manutenção dos ideais democráticos e da restauração da paz e da estabilidade”, indicou.

Ironicamente, uma das piores derrotas da África do Sul foi a sua invasão mal pensada do Lesoto em 1998. Soube-se que, aproveitando a ausência do país do Presidente Nelson Mandela, o Presidente interino, Mangosuthu Buthelezi ordenou a uma força de cerca de 700 soldados pertencentes à Força Nacional de Defesa da África do Sul a penetrar no Lesoto para apoiar o Governo desacreditado.

Pelo menos 113 soldados foram mortos durante os três primeiros dias da operação e a calma apenas voltou quando 200 soldados vindos do Botswana juntaram-se à invasão para tomar o controlo de Maseru.

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