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Trigo importado pelo Zimbabué apodrece em Moçambique

Quantidades não estimadas de trigo importado pelo Zimbábwè e que deviam ser movimentadas através do porto da Beira, em Sofala, apodreceram atingidas por intempéries por o produto ter ficado longo período a aguardar pelo seu transporte para aquele país vizinho.

A sua deterioração foi causada pela inoperatividade da linha férrea de Machipanda por não estarem concluídas as obras de renovação pela companhia indiana de RICON, concessionária do Sistema Ferroviário do Centro da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira (CCFB), segundo Rosário Mualeia, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa pública Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).

“O Zimbabué já não escoa as suas mercadorias por esta linha de Machipanda por se enontrar degradada e isso está a causar enormes prejuízos às economias de Moçambique e daquele país”, assim descreveu Mualeia o actual cenário de paralisação completa da linha, o que obriga os agentes económicos daquele país a recorrerem a camiões para transportar mercadorias destinadas à importação e exportação.

Também estão a ser obrigados a recorrer à linha férrea do Limpopo, “mas são cerca de 700 quilómetros de distância até ao porto do Maputo que são percorridos pelo comboio, contra os cerca de 200 até Beira, o que é mais oneroso”, explicou o PCA dos CFM.

Vincou dispor de informação de baixa performance operacional da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira “e de completa insatisfação dos clientes, trabalhadores desta empresa e das autoridades governamentais pelo desempenho e forma de gerir que o RICON vem implementando na CCFB”, aludiu Mualeia, sublinhando que os graves problemas da linha férrea de Machipanda levam o Zimbabué a interromper a circulação do seu comboio para manuseamento de mercadorias de importação e exportação.

Os passos necessários para resolver estes problemas estão a ser desenvolvidos pelas entidades competentes e poderão culminar, a 24 de Março próximo, com a rescisão do contrato de concessão das linhas férreas de Machipanda e Sena por incumprimento do acordo assinado entre o Governo e a companhia indiana de RICON.

O Sistema Ferroviário do Centro foi adjudicado ao consórcio indiano de RITES e IRCON que formaram a RICON com 51% das acções da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira (CCFB), ficando os restantes 49% com o Estado moçambicano, através dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).

Caso haja rescisão de contrato, os remanescentes trabalhos de renovação da linha do Sena serão concluídos pela empresa CFM, “a tempo de a linha escoar a primeira produção de carvão de Moatize a ser produzida naquela região da província de Tete”, vincou o PCA dos CFM.

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