O Conselho de Reitores de Moçambique critica “as instituições de ensino superior com menor qualificação” por atribuírem graus honoríficos “sem verificar as condições éticas para a concessão” e oferecerem mestrados de uma “forma anacrónica”.
O presidente em exercício do Conselho de Reitores de Moçambique, Lourenço do Rosário, disse que, na 24.ª sessão, aquele organismo abordou a problemática dos ciclos de formação, nomeadamente a aquisição de grau de mestre.
“Algumas instituições de ensino superior, principalmente aquelas com menor qualificação, têm estado a oferecer cursos de mestrado de uma forma anacrónica, sendo que o país não tem um número suficiente de doutores para garantir mestrados de qualidade”, disse do Rosário, que é igualmente reitor da Universidade Politécnica, instituição privada.
Ele acrescentou que “algumas instituições ainda não consolidaram as suas licenciaturas e já oferecem mestrados, muitas delas não têm, do ponto de vista regulamentar, competências para oferecer determinados cursos, além de que alguns estatutos dessas instituições não estão adequados à lei do ensino superior”.
A sessão plenária do Conselho de Reitores realizada na semana passada em Maputo discutiu ainda a autonomia das instituições na concessão de graus honoríficos.
“Muitas instituições de ensino superior têm estado a conceder graus honoríficos sem verificar as condições éticas para a concessão”, acrescentou Lourenço do Rosário, defendendo que o grau de doutoramento “honoris causa” deve ser concedido por fases. Em Moçambique, existem cerca de três dezenas de instituições de ensino superior.