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Tiroteio perto da missão da ONU ressalta desafios na Síria

Um tiroteio aconteceu, Quarta-feira, perto duma equipe de observadores da ONU que estava cercada por manifestantes, num sinal dos desafios que a missão internacional enfrentará para monitorar a frágil trégua implementada há uma semana na Síria, e que por enquanto não bastou para conter a violência.

Os observadores, meia dúzia de militares com boinas azuis da ONU, comandados por um coronel marroquino, são parte duma equipe preliminar que está na Síria para preparar o envio de cerca de 250 monitores.

Os dois veículos Land Cruisers brancos com emblema da ONU em que eles estavam foi cercado, perto da capital, por manifestantes contrários ao presidente Bashar al Assad.

Os policiais que acompanhavam o grupo fizeram disparos com metralhadoras, levando a multidão a dispersar-se em pânico.

Não houve relatos de vítimas, e os monitores disseram que os tiros não foram dirigidos contra eles, mas as cenas lembraram os tumultos ocorridos em Janeiro, quando a Liga Árabe enviou uma missão para tentar sem sucesso monitorar a situação na Síria.

Os manifestantes faziam apelos para que a comunidade internacional arme o Exército Sírio Livre, grupo de oposição ao regime de Bashar al Assad. Num dos veículos, foi colado um cartaz que dizia:

“O carniceiro Assad continua os assassinatos. Os observadores continuam a observar, e o povo continua a sua revolução. Só nos curvamos a Deus”.

Um vídeo divulgado no YouTube mostrou os veículos da ONU a avançarem lentamente por uma rua tomada por civis. Quando os disparos são ouvidos, os homens saem a correr.

Seis dias depois do início da trégua, o Exército sírio continua a bombardear a cidade de Homs, o reduto da oposição.

Activistas relataram ataques do governo nos últimos dias também nas regiões de Hama, Idlib e Deraa, violando os termos do cessar-fogo previsto num plano de paz internacional aceito por Damasco.

Por outro lado, a agência estatal de notícias Sana disse que seis membros das forças de segurança foram mortos por uma bomba deixada por um “grupo terrorista armado” na província de Idlib. Foi o segundo ataque do tipo em dois dias.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse, esta semana, que a missão de observadores deveria ter mais de 250 integrantes para fiscalizar a trégua, mas o chanceler sírio, Walid al Moualem, declarou, Quarta-feira, em Pequim, que esse número é suficiente.

Ele propôs que a missão seja composta por países “neutros”, como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, nações emergentes que mostram-se mais simpáticas a Assad do que os países ocidentais desenvolvidos e a Liga Árabe.

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