Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

ADVERTISEMENT

Texto da presidência dinamarquesa abre polêmica em Copenhague

Um texto da Dinamarca, país que preside a conferência da ONU sobre o clima, que caiu nas mãos erradas sobre um acordo climático elaborado nos bastidores, agitou esta terça-feira o segundo dia de trabalho em Copenhague, levando o G77 (grupo dos países em desenvolvimento) a denunciar uma “ameaça” ao sucesso das negociações. “Não existe um texto secreto dinamarquês para um novo acordo. Tal texto não existe”, voltou a afirmar, na noite desta terça-feira, a ministra dinamarquesa Connie Hedegaard, presidente da cúpula.

Os documentos que estão circulando neste momento são “rascunhos” que “constituem a base de consultas informais”, afirmou. Yvo de Boer, chefe da delegação da ONU, também fez declarações neste sentido. O documento não faz qualquer referência ao Protocolo de Kyoto, único instrumento jurídico existente para lutar contra o aquecimento global e que expira em 2012.

Este texto tem como objetivo “produzir um novo tratado, um novo instrumento que terá como efeito anular as obrigações dos ricos com os pobres”, insurgiu-se Lumumba Stanislas Dia Ping, chefe da delegação sudanesa. O texto dinamarquês recomenda um “pico” para as emissões dos países em desenvolvimento – também deixado em branco -, acima do qual elas deverão começar a cair – uma posição categoricamente rejeitada por Brasil, China, Índia e África do Sul durante uma reunião organizada no fim de novembro em Pequim.

“Ainda é cedo para falar de pico para os países em desenvolvimento”, reafirmou na noite desta terça-feira o negociador chinês Su Wei, questionado sobre o documento. Sobre o financiamento da luta contra o aquecimento global e a ajuda aos países em desenvolvimento para se adaptarem às mudanças climáticas, o projeto de texto dinamarquês sugere uma ajuda imediata de 10 bilhões de dólares por ano até 2012 para os mais vulneráveis, mas indica apenas que “fundos significativamente elevados serão necessários”.

“O texto proposto pelo primeiro-ministro dinamarquês é fraco e mostra a posição elitista e sem transparência da presidência dinamarquesa”, criticou Kim Carstensen, da organização WWF. “As táticas de negociações debaixo dos panos, sob a presidência dinamarquesa, se focalizam no desejo de agradar os países ricos em vez de servir à maioria das nações que pedem uma solução justa e ambiciosa”, acrescentou.

Para Antonio Hill, da Oxfam, “os dinamarqueses têm agora a responsabilidade de esclarecer a situação” para amenizar a tensão.

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

error: Content is protected !!