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Tensão na África do Sul por morte de manifestante

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Seis polícias antimotim foram presentes a tribunal, na segunda-feira, em Ficksburg, na província de Free State, na África do Sul, por responsabilidade direta na morte de um manifestante na semana passada. O ocorrido levou centenas de pessoas a manifestar-se.

Muitos residentes, que não conseguiram lugar no tribunal, manifestaram-se ruidosamente nas ruas circundantes para exigir justiça para Andries Tatane, o professor que morreu na última quinta-feira depois de ter sido baleado e agredido pela polícia quando liderava um protesto conduzido contra as condições de vida num bairro próximo. A audiência preliminar foi adiada durante várias horas, na segunda-feira(18) de manhã, teve que ser mudada para uma sala maior. Posteriormente, o magistrado Phillip Visser decidiu adiar o julgamento para o próximo dia 26, tendo ainda ordenado a detenção dos arguidos até essa data.

As manifestações populares contra as condições de vida em vários pontos da África do Sul têm constituído um enorme embaraço para o Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder desde 1994 e que criticou ontem de novo a televisão oficial SABC por ter transmitido as imagens da carga policial que levou, ao que tudo indica, à morte do professor Andries Tatane.

Jackson Mthembu, porta-voz do ANC, apelou à população de Ficksburg para que se mantenha calma e que confie nas instituições da Justiça que lidam agora com a morte do manifestante, mas criticou a SABC por aquilo que considerou ser “a transmissão de imagens explícitas e de grande violência sem respeito pelo público mais sensível, em particular as crianças e os mais idosos”. Numerosas associações de jornalistas e defensoras da liberdade de expressão saudaram a coragem dos responsáveis editoriais da televisão estatal na transmissão de todo o incidente, no próprio dia em que ele ocorreu.

Quatro dos agentes que foram presentes a tribunal encontram-se acusados do crime de agressão e dois do de homicídio. Andries Tatane terá morrido em consequência de ferimentos provocados por balas de borracha disparadas à queima-roupa para a zona torácica e também por agressões múltiplas levadas a cabo com bastões.

A viúva do malogrado professor, em entrevista concedida ao jornal The Star, acusou a polícia de o ter morto deliberadamente por ter liderado as manifestações populares contra a inércia da câmara local na melhoria das condições de vida dos residentes mais pobres da zona.

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