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TAÇA DE MOÇAMBIQUE mcel – Parabéns, Conde Chiquinho!

TAÇA DE MOÇAMBIQUE mcel - Parabéns

Francisco Queriol Conde Júnior. Nado no lamacento chão do Chiveve, a 22 de Novembro de 1965.

Já nessa altura o clã Conde era conhecido pelo seu ecletismo, com destaque para Orlando, Geraldo e Elcídio, que atingiram o expoente máximo no nosso futebol, mas sem esquecer o primogénito Felizardo e o “homem de mil e uma mãos” Almiro. Prodigioso, Chiquinho Conde atravessou todas as etapas no futebol: dos iniciados até aos seniores na Beira. Um salto para a capital do país.

Depois, um gigantesco salto para o profissionalismo europeu, mais concretamente em Portugal. De permeio, os Estados Unidos da América. Desde 1986, quando se estreou ao mais alto nível continental no CAN do Egipto, curiosamente, ao lado dos seus irmãos Geraldo, avançado como ele, e Elcídio, defesa, nunca mais deixou de jogar pela Selecção Nacional, até à altura em que, por decisão própria, decidiu pendurar as chuteiras.

Capitão reconhecido dos “Mambas”, é o único com três Campeonatos Africanos disputados: Egipto-86, África do Sul-96 e Burkina Faso-98. Um recorde que poderá ser alcançado por Tico-Tico, o outro grande capitão da selecção, caso não aconteça um cataclismo que o impeça de ir a Angola, em Janeiro próximo.

Como treinador, com diploma de quarto nível, Chiquinho Conde começou pelo Maxaquene e depois foi para o vizinho Desportivo, mas sem sucesso. Este ano, abraçou o desafio de orientar as camadas de formação do Ferroviário. Um estatuto aparentemente de menoridade, mas que ele aceitou com muito orgulho. Um orgulho hoje inquestionável, pois, com o afastamento do brasileiro Paulo Camargo, no final da primeira volta do Moçambola- 2009, foi chamado a dirigir a equipa principal dos campeões nacionais, levando-a a um percurso a todos os títulos extraordinário: fez os “locomotivas” renascerem das cinzas até à renovação do ceptro.

E, ontem, foi o apogeu: a “dobradinha”, no dia dos 44 anos. Haverá no mundo, por acaso, um outro homem neste momento mais feliz que Chiquinho Conde? Bom, até pode haver, no entanto, não resta a menor dúvida que este foi o ano da consagração de um jovem treinador ainda com poucos anos na carreira, mas que conseguiu a afirmação e, acima de tudo, no histórico Ferroviário, aglutinar, de forma sã, vários consensos no seio da própria equipa e no clube, em geral, voltando a unir esta grande colectividade que, indubitavelmente, está em maré alta neste mês de Novembro.

No domingo, na final da Taça de Moçambique/ mcel e no mesmo Estádio da Machava onde há duas semanas festejaram a conquista do Moçambola- 2009, os “locomotivas” foram o conjunto que melhor futebol explanou ao longo dos 90 minutos, a equipa melhor estruturada em todos os capítulos e aquela que, sobretudo, soube procurar com mais determinação os caminhos que levassem ao golo. Era cedo ainda – quatro minutos – quando Momed Hagy arrancou um portentoso remate, a meio do meio-campo, para um magnífico tento exuberantemente festejado na “catedral”.

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