Supostos integrantes dum grupo ligado à organização de extrema esquerda Brigadas Vermelhas defenderam a revolução armada numa corte italiana, esta Terça-feira, aumentando a preocupação com a violência política no país depois de um executivo ter sido baleado por um grupo anarquista, semana passada.
“Esse é o momento certo, vida longa à revolução”, disse Alfredo Davanzo, um dos supostos integrantes das Novas Brigadas Vermelhas, ramo do grupo violento que aterrorizou a Itália nos anos 1970, no início duma audiência em Milão.
Nem Davanzo nem os outros 11 réus do julgamento estão associados ao ataque da semana passada contra Roberto Adinolfi, presidente-executivo da empresa de engenharia nuclear Ansaldo Nucleare, baleado na perna por dois homens mascarados que estavam de moto.
A principal agência de recolha de impostos da Itália, a Equitalia, também foi alvo de cartas-bomba nas últimas semanas.
“Não temos que justificar nada nem nos defendermos de nada, é uma questão política”, disse Vincenzo Sisi, um dos réus ao lado de Davanzo, uma declaração à corte. “Mas olhando a catástrofe do capitalismo, não há outra saída além da luta armada.”
A organização original das Brigadas Vermelhas foi derrotada no início dos anos 1980, mas uma nova geração, reivindicando a herança do movimento e apelidada de Novas Brigadas Vermelhas, surgiu nos anos 1990, embora sem nada que gerasse o impacto dos seus precursores.