Tropas sírias baixaram as armas horas após o cessar-fogo apoiado pela ONU entrar em efeito, no amanhecer de quinta-feira, e um silêncio tomou as ruas das cidades rebeldes que haviam sido fortemente bombardeadas nos últimos dias.
Mas a tranquilidade não convenceu ativistas da oposição e potências ocidentais da boa fé do presidente Bashar al Assad em observar o plano de paz acordado com o enviado internacional Kofi Annan.
Em desafio ao acordo, tropas sírias e tanques ainda estavam posicionadas em muitas cidades, afirmaram ativistas à Reuters. “Foi uma noite sangrenta. Houve bombardeio pesado na cidade de Homs. Mas agora está calmo e não há tiroteios”, disse Abu Rami, ativista na terceira maior cidade da Síria, após o prazo das 6h (hora local).
Ataques a bairros insurgentes tornaram-se mais intensos após Assad aceitar o cronograma de Annan. O porta-voz do governo Jihad Makdissi disse que a Síria estava “completamente comprometida” com o sucesso do plano de paz de Annan e, como não houve ataques às tropas, “não há razão para quebrar o cessar-fogo”.
Potências ocidentais, apesar de hesitantes em intervir militarmente na Síria, estão fazendo lobby com a Rússia, um aliado essencial de Assad, para abandonar o veto a outras medidas da ONU a fim de pressionar a Síria a abandonar as quatro décadas do regime autocrático da família Assad.