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Será que vale a pena dizer Khanimambo Moçambique?

Será que vale a pena dizer Khanimambo Moçambique?

Faltando menos de 20 dias para terminar, apesar das dificuldades que implantou na vida dos moçambicanos, 2013 também foi responsável pelo parto de alguns dos grandes feitos do nosso povo. Isabel Novella é uma das vozes que, recentemente, nos tem dado motivos de glória. É neste sentido que, hoje, esta intérprete e tantos outros nos convidam a expressar o nosso Khanimambo, assistindo a um concerto acústico. O estimado leitor não deve faltar à cerimónia. Descubra as razões…

“É preciso agradecer os feitos que a humanidade conquista. É preciso dar graças ao que as nossas mãos, as mãos dos homens, fabricam com sacrifício. É preciso reconhecer as bênçãos que Moçambique possui”. É com este sentido que o concerto “Acústico Khanimambo” – cuja realização associa a Khuzula Produções à Rádio Moçambique – que decorre no Estúdio Auditório desta segunda instituição em Maputo, a partir das 17 horas.

Além de Isabel Novella, uma das vozes promissoras no cenário da música moçambicana, como figura de cartaz, o concerto “Acústico Khanimambo” conta com a participação da única banda da Reggae Fusion no país, Gran Mah, que arrasta consigo uma multidão de fãs em Maputo e fora, não obstante ainda não ter nenhum trabalho discográfico publicado.

A par de Sérgio Muiambo, um intérprete chopi, dono de uma voz, por vezes melancólica noutras romântica, sem descurar a capacidade ímpar que tem de fazer as mensagens das suas composições tocarem as entranhas de quem as escuta, este evento é uma oportunidade em que os artistas pretendem “cantar a favor daquele Moçambique que tanto ansiamos e construímos todos os dias”.

E porque ao longo deste ano, Moçambique comprovou que além de bons músicos também possui excelentes escribas – de recordar dos prémios Camões e Neustadt conquistados pelo escritor Mia Couto – Mestre Tchaka, escritor e declamador em línguas moçambicanas, é uma das atracções que o concerto “Acústico Khanimambo” oferece.

Por essa razão, a organização do evento considera que “a nossa alegria vai-se complementar com rompeduras de recitação poética, onde o proeminente declamador Mestre Tchaka, exímio recitador em línguas maternas como Xichangana e Xironga, fará alguns ‘xitokozelos’ para nos lembrar as histórias à volta da fogueira”. De acordo com a organização, este arranjo – a junção da poesia à música no mesmo palco – é propositado a fim de se realizar um evento em que estas dimensões da arte preencham as nossas almas com mensagens edificantes de modo que se fortifique a nossa moçambicanidade.

Refira-se que este concerto está enquadrado nos preparativos da edição de 2014 do Festival Azgo que irá decorrer em Maio. Por essa razão, com o “Acústico Khanimambo”, a Khuzula Produções – a entidade mentora da iniciativa – não somente pretende encerrar as actividades artístico-culturais do ano corrente, como também exibir a miniatura da programação do próximo.

Imperdível

O ‘show’ irá decorrer a partir das 17 horas de hoje, e terá uma duração de três horas. Além da escolha acertada do tema, essa questão de saber expressar gratidão pelos êxitos que se conquistam mesmo em momentos de crise, este concerto apresenta inúmeras razões para que seja visto. Uma das razões é o facto de associar alguns dos artistas mais empenhados neste momento no país, que procuram desenvolver obras de arte com acentuada diferença entre os já oferecidos.

Por exemplo, ninguém irá querer perder a actuação dos Gran Mah, muito em particular depois de ter visto o seu novo vídeo, I Got To Move. Trata-se de uma obra cujo mérito é produzir uma música que – a nível do vídeo – também consegue fazer com que, de forma holística, se retrate a vida de cada cidadão, chamando-o para se identificar com a mesma.

Temos lá a situação de um trabalho opressor que nos faz sentir numa situação de conflito intrapessoal, porque não o apreciamos o suficiente para nos dedicarmos a ele, bem como a forma como a sociedade nos encara, o medo que sentimos em relação às decisões que devemos tomar no dia- -a-dia, como alguns exemplos de experiências vividas pela humanidade no dia-a-dia. Em I Got To Move, os Gran Mah também cantam sobre isso. A verdade é que se as pessoas que criam situações para a origem de conflitos – como canta Isabel Novella – se unissem a fim de discutir os desentendimentos que há, as armas iriam parar de perturbar os inocentes cujas vidas ceifam.

E aqui a música cumpre o seu papel social, o de não somente servir como foco de entretenimento e animação, mas, acima de tudo, contextualizando e interpretando a sociedade em que os artistas estão inseridos. É nesse sentido que se espera que o auge do “Acústico Khanimambo” seja o momento em que todos os participantes percebam que é importante construir e estar em paz.

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