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SELO: Ser ou não Bibliotecário(a) – escrito por Euclides Cumbe

Sempre quis ser Antropólogo ou Jornalista. Gostava de escrever. No Instituto Médio de Ciências Documentais (CIDOC), conclui o Ensino Médio Técnico Profissional e no exacto momento de me inscrever para o ensino Superior, lendo o edital de ingresso na UEM, me deparo com o Curso de Licenciatura em Ciência da Informação, o qual tem duas ramificações ou especializações: Arquivística e Biblioteconomia.

Decidido. Vou fazer Ciência da Informação com especialização em biblioteconomia. Aprovado, para surpresa de todos, vieram os questionamentos de familiares e amigos. Que profissão é essa? Ninguém conhecia. Mesmo assim, recebi apoio e a cada dia, me certificava de que estava no caminho certo. São exactos 4 anos em plena actividade após a formação Técnico-profissional em Ciências Documentais e orgulhos da profissão que escolhi.

Foram momentos difíceis. Começo minha vida profissional na ANE como estagiário no Departamento de Gestão de Arquivos, e actividade profissional plena na Direcção dos Serviços de Documentação da UEM a convite do meu grande Professor e Bibliotecário, hoje, Prof. Doutor. Manuel Mangue. Aprendi muito jovem a conviver com a saudade e o desafio de aprender. Confesso que foi uma das melhores fases da minha vida.

Aprendi que o profissional bibliotecário tem que ser ousado, criativo, inovador e acima de tudo muito curioso. Ao longo desses anos, tive a rica oportunidade de trilhar por alguns tipos de bibliotecas. De ser testado também. Aos que me humilharam, testaram, só tenho a agradecer o quanto me ensinaram a ser forte, a não desistir. Me espelhei em grandes profissionais: Dr. Abdul Khan, Rosa Nhambe, Rosa Henrique, Filimino Quintal e o dr. Gildo Chilonjo.

Enfim, foram tantos e tantas que passaram e continuam presentes em minha vida a quem homenageio e agradeço imensamente pela grande contribuição que me deram para chegar até aqui. Bibliotecário lê pensamentos, entende um olhar, advinha palavras, é fofoqueiro. O bibliotecário é terapeuta. Socorre nos TCCs da vida. É calmante, é luz. É político, está sempre entre prefeitos. É a alegria das crianças, adultos e idosos. Tira leite de pedra e faz acontecer.

É catador de lixo, vive recortando notícias de jornais, para suprir a falta do livro actualizado. É arquitecto, vive improvisando espaços. Inventa cor, texturas. Não importa se em estantes de aço ou tijolos ou em ambientes virtuais, importa que o livro seja bem acondicionado e acessado. Bibliotecário de verdade mantém sua biblioteca VIVA, atraente, convidativa, acolhedora.

Bibliotecário faz o leitor ir às nuvens e nelas guardar e acessar suas informações. Bibliotecário é internauta, vive bisbilhotando as redes sociais. É sustentável, vive juntando garrafas para construir mobiliários, caixas vazias e retalhos de tecido para criar cenários que despertem o imaginário infantil. Ser bibliotecário é ser louco e apaixonado por leitura e pela escrita. Que minha loucura e paixão, contagiem, então, os meninos e meninas que abraçaram essa profissão.

Feliz dia do Bibliotecário!

Euclides Cumbe

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