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SELO: Um diálogo sem prazos? – Por Dércio Tsandzana

Onze de Julho em curso (segunda-feira) era o dia inicialmente avançado por Afonso Dhlakama para a provável chegada dos medidores internacionais para a paz em Moçambique, propostos pela Renamo. Debalde, sucedeu o contrário, estes não chegaram e pouco sabemos quando vão chegar.

O mais preocupante foi saber que após várias tentativas de relegar o assunto para o último plano e não alinhar com a opção da presença de mediadores internacionais, o Governo propôs, agora, o seu grupo também, sendo eles, os ex-presidentes da Tanzânia, Jakaya Kikwete e Quett Masire, Botswana, Fundação Faith e Fundação Global Leadership.

Na verdade, o que me preocupa como cidadão não são os nomes ou a proveniência dos mediadores em si, mas, sim, o facto de termos de depender dos outros para termos a paz, pelo que questiono: Teremos que ficar sem circular em paz porque não temos mediadores? E se eles chegarem só em Setembro?

Fico enojado quando vejo que do actual diálogo não se vislumbram prazos de quando é que este martírio (guerra) vai terminar. Ou seja, há um diálogo que está a ser feito sem um plano concreto e prazos específicos, o que deixa a todos sem rumo, nem esperança.

Ademais, não percebo por que razão os mediadores internacionais devem demorar tanto tempo para responder ou posicionar-se perante as solicitações por parte dos dois beligerantes, o que me faz duvidar se a mesma comunidade internacional que “canta” paz quer que tenhamos realmente essa mesma paz. É que não cabe em mim que, desde 2013, essa mesma comunidade internacional tenha estado impávido e sereno sem nada fazer, e agora que é para o fazer demora.

Dito isto, é caso para lamentar o curso que o nosso país está a tomar, o Governo, a Renamo e até mesmo a comunidade internacional não nos levam a sério. Eles não temem/respeitam o povo moçambicano, por isso, fazem o diálogo como querem e quando querem.

Por Dércio Tsandzana

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