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SELO: Carta para um velho amigo – Por Láilo Machava

Saudades tuas, meu amigo! Como vão as coisas ai em Portugal? Estás a conseguir realizar suas metas?, diga- -me, o camarão e a lagosta andam acessíveis por ai? Cá as coisas mudaram, lembras dos “sipaios” do tempo colonial? Estão de volta e mais agressivos! Não acreditas? É só ligar a TVM, especialmente às quintas-feiras. Não te rias mano! São mais agressivos que os do tempo colonial, acredite! No tempo colonial, o tempo curava a dor do “xipakana” mas nada cura a “XICOTADA PSICOLÓGICA” dos sipaios de hoje. Tens RM ai? Podes aceder online, anda um programa que serve café logo pela manhã, nunca tinha provado café tão amargo.

Na ultima carta que lhe escrevi, eu disse que já era patrão, porque, finalmente, me tinha sido reconhecido tal estatuto! Lamento dizer que voltei ao meu verdadeiro lugar, trabalho para encher contas bancárias dos verdadeiros patrões, que agora compram roupa sob medida, por causa da barriga que quase denúncia uma gravidez de 12 meses. Tenho muito para te contar, espero que tenhas consigo uma Super Bock! Ai… ai… ai…, quem me dera ter uma! Não te rias mano, tive que voltar a beber Impala, as contas já não batem.

Lembras da operação produção? Só não foi decretada porque ainda temos a tão desrespeitada constituição. Hehehe, agora quando falamos ou reclamamos, mandam- nos arranjar terreno em Chókwé, para plantar arroz. Agora, lá no bairro, somos obrigados a dizer “viva, viva” para dormir sossegados.

No sábado (27/08/16) tivemos uma manifestação, era mesmo contra a fome, a guerra e pela paz! Como sempre, pregaram contra e depois da manifestação vimos publicações do tipo “Marcharam, o que mudou? “; “Justificaram os dólares”. Mano, aqui já mudaram de discurso e querem levar a população a acreditar que a crise económica actual é movida pelo conflito entre a Renamo e o Governo!

Já esqueceram da Ematum e amigos. Sabes, aqueles amigos que tinham aqueles negócios, ali na Matola, que tinham bons carros e estavam a construir tiveram que vender tudo. A dívida que têm com o banco de repente subiu. Lembras do repolho e da tapioca? Estão de volta.

Mano, aguardo a tua resposta, escrevo-te para semana.

Teu eterno amigo.

Por Láilo Machava

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