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Secretário executivo da SADC acredita no reatamento do diálogo malgaxe

O secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), o moçambicano Tomaz Salomão, acredita que as partes envolvidas na crise malgaxe vão regressar à mesa do diálogo, o mais rápido possível, para se alcançar uma solução duradoira.

Falou na segunda-feira a jornalistas moçambicanos, em Addis Abeba, à margem da 14/a Sessão Ordinária da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que decorre na capital etíope desde Domingo, Salomão explicou que tudo o que está sendo feito tanto pela mediação, bem como para a região em geral, é no sentido de levar as partes beligerantes à mesa das negociações para a implementação dos acordos que eles próprios firmaram (em duas rondas), em Maputo.

“Na voz do presidente da Assembleia da UA, este trabalho foi enaltecido e, agora, aquilo que a SADC deve fazer é trabalhar no sentido de se encontrar uma solução duradoira para o problema malgaxe”, disse Salomão, sublinhando que não se trata de um processo fácil, “todos temos a consciência disso, e nunca imaginamos que seria um processo fácil”. “Mas com o apoio de todos os países, por aquilo que pudemos perceber, creio que chegaremos a bom termo”, acrescentou. Respondendo a uma pergunta sobre se não haveria uma mão externa na questão malgaxe, Salomão disse que mesmo que ela exista, o mais importante “é que nós façamos o nosso trabalho”.

“Concentremos a nossa atenção no sentido de apoiar os malgaxes a resolverem os seus problemas, indicando que a ascensão ao poder, por via de rua, não é o caminho. Existe mecanismos democráticos de chegar ao poder”, afirmou o Secretario Executivo da SADC. Salomão reiterou que se o próprio Andry Rajoelina, o auto-proclamado Presidente da autoridade malgaxe, acreditar que é o melhor candidato e tem o melhor programa, então que se exponha às eleições.

Os malgaxes saberão escolher o seu líder e, se for ele, seguramente que terá o apoio de todos nós, disse Salomão, para de seguida acrescentar “aquilo que não se aceita, na região e no continente, é ascensão ao poder por via de golpe de Estado”. Segundo Salomão, a SADC e a UA vão mobilizar a comunidade internacional, para na eventualidade de Rajoelina e seus pares não respeitarem os acordos que eles próprios firmaram, passar-se a fase seguinte. “Aí passaremos à etapa seguinte que será mais difícil para ele e, julgo que colocará o povo malgaxe numa situação difícil, afirmou Salomão, sem no entanto especificar as prováveis medidas a serem tomadas.

Ele disse acreditar, porém, que o bom senso dos líderes malgaxes vai sobrepor-se e, nesse sentido, aceitarão voltar a mesa de negociações e implementar as decisões que eles próprios tomaram. Salomão disse ainda que esse regresso à mesa do diálogo pode acontecer o mais rápido possível. A crise de Madagáscar e outros conflitos na região e no continente foi um dos temas que, hoje, mereceu uma atenção particular dos Chefes de Estado e Governo.

O “órgão para a Cooperação nas áreas de Politica, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), por exemplo, considerou que a situação em Madagáscar continua a merecer uma especial atenção e acção urgente, devendo todas as iniciativas se concentrarem na busca de uma solução pacífica e duradoira. Este órgão, actualmente presidido por Moçambique, entende que os interesses envolvidos são vários e, por conseguinte, as opções de solução também são diversas, algumas das quais podem ser adversas aos objectivos desejados.

Defende ainda que a comunidade internacional tem a responsabilidade de apoiar o povo malgaxe a restituir a normalidade constitucional o mais rápido possível. Neste sentido, recorda o Órgão, os acordos de Maputo e o acto adicional de Addis Abeba constituem uma boa base para se alcançar uma solução duradoira para a crise malgaxe, sendo que não deverá ser tolerado qualquer acto unilateral contrário a vontade expressa pelos malgaxes através destes acordos. A SADC, na pessoa do seu Vicepresidente e Chefe de Estado da Namíbia, Hifikepunye Pohamba, apresentou a situação geral dos conflitos na região, entre os quais a crise malgaxe e o processo de partilha de poder no Zimbabwe.

Se a situação do Madagáscar é considerada preocupante, o caso do Zimbabwe a SADC é mais optimista, Pohamba disse que as partes envolvidas estão apostadas em trabalhar em conjunto para o regresso da normalidade no país. Neste contexto, Pohamba pede o apoio de todos e a revogação das sanções impostas há vários anos ao Zimbabwe.

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