O Governo moçambicano aprovou um pacote financeiro na ordem de 120 milhões de meticais (4.103.962 dólares americanos) destinado a apoiar cerca de 500 mil pessoas, em todo o país, que estão em risco de fome, na sequência do atraso das chuvas. O montante, destinado fundamentalmente ao Plano de Contingência 2009/10, será aplicado em várias actividades de mitigação dos efeitos do atraso das chuvas que, em princípio, deviam ter iniciado na segunda metade do transacto mês de Outubro.
A Primeira-Ministra moçambicana, Luísa Diogo, foi citada esta sexta-feira pelo jornal da tarde da Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional, a firmar que o governo se preparou com a devida antecedência para a mitigação dos efeitos do atraso em questão. Diogo, que relaciona o atraso das chuvas às mudanças climáticas, disse, por outro lado, que o plano de contingência permite investir em formas conducentes à prevenção de futuros episódios consequentes das mudanças que, a nível do planeta, têm estado a suscitar acesos debates dado o seu impacto na humanidade.
“Nós adoptamos um plano de contingência que nos permite investir para melhor enfrentar as futuras consequências das mudanças climáticas”, disse Diogo. Ela acrescentou que entre as medidas arroladas se destaca a reserva e aproveitamento da água, a distribuição de sementes de culturas resistentes a seca, a potenciação da reserva alimentar, entre outras.
O mapeamento do universo de pessoas em risco de fome foi feito com apoio do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutrição (SATSAN) e do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), pelo menos em termos de necessidades de apoio aos concidadãos em risco de fome. Apesar de reconhecer a gravidade da situação, Diogo disse haver, de ano para ano, melhorias tangíveis na forma como o governo tem abordado a insegurança alimentar.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê, para 2009, chuvas acima do normal na região Norte do país, enquanto que no Centro a pluviosidade será média. Uma clara escassez de chuvas esta prevista para a zona Sul, situação que contribuirá para o crescimento do espectro de fome.
