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Seca está para durar e Governo cria equipa para “traçar medidas de restrição do uso de água” em Moçambique

O nosso país continua em alerta laranja particularmente devido a falta de chuvas na região Sul, e em algumas províncias do Centro, o que está a agravar a seca que afecta mais de 220 mil moçambicanos. Porque a previsão continua a ser de chuvas abaixo do normal até Julho o Executivo criou uma equipa que vai avaliar a situação hidrológica nacional e “traçar medidas de restrição do uso de água”.

“Foi constituída uma equipa multisectorial que vai fazer a avaliação da real situação e traçar medidas de restrição do uso de água para o país” revelou na passada sexta-feira Paulo Tomás, o porta-voz Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), após a 7ª reunião do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades.

Oficialmente não existe nenhuma vítima mortal da estiagem que afecta às províncias de Tete, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo, mas 222.857 cidadãos necessitam de ajuda alimentar, e de água potável, com urgência e, caso se confirme a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia, para os meses de Abril a Junho, “ocorrência de chuvas normais com tendência para abaixo de normal em todo o território nacional” este número poderá necessitados de ajuda poderá aumentar exponencialmente pelo menos até a próxima época chuvosa chegar.

Ignorando o slogan do Instituto Nacional de gestão de Calamidades, “Mais vale prevenir do que remediar”, o Executivo de Filipe Nyusi vai remediando a situação de escassez de água com a abertura e reabilitação de furos, que bem poderiam ter sido efectuados com a antecedência que se previu a influência do “El Nino” no clima de Moçambique, e em todo o globo.

Cerca de 364 mil hectares de culturas estão comprometidos, devido a seca, com destaque para a província de Maputo onde 1041 hectares são dados como perdidos, afectando 9.163 agricultores.

Existe gado afectado pela estiagem mas ainda, de acordo com o CENOE, numa percentagem de apenas 0,23% do efectivo nacional de bovinos, 4.372 é o número de cabeças que morreram. Em termos de caprinos somente há registo de 68 mortes representando 0,003% do gado caprino moçambicano.

As chuvas continuam a cair normalmente, para a época chuvosa, em algumas regiões do Centro e nas províncias do Norte. O numero de vítimas mortais subiu para 58 pessoas, desde 1 de Outubro de 2015. O maior números de vítimas foi registado nas províncias de Inhambane e Nampula, nove em cada uma delas respectivamente, e as descargas de raios atmosféricos continuam a ser a principal causa somando já 34 vítimas mortais.

Durante a semana finda registaram-se mais de 100 milímetros de precipitação nas cidades da Beira e Nampula. Três escolas primárias ficaram paralisadas na capital da província de Sofala onde dezenas de casas e ruas ficaram inundadas. Os registos do CENOE indicam que pelo menos duas casas desabaram.

Na chamada capital Norte, onde foram registados 182 milímetros de precipitação no dia 2 de Março, perto de duas dezenas de casas de construção precária ficaram destruídas. Os registos do CENOE ainda estavam a ser actualizados durante a reunião da passada sexta-feira portanto o número de danos e de cidadãos afectados ainda estava por contabilizar.

Em Murrupula duas estradas de terra batida – entre Cazuzu e Chinga, e também entre Nihessiue e Mulhaniua- ficaram interrompidas no passado dia 1 de Março devido a intensa chuva que caiu.

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